PGR paralisa operação Greenfield

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Foto: Marivaldo Oliveira/Agência O Globo

As investigações da Operação Greenfield, que apura crimes e desvios bilionários em fundos de pensão estatais, estão completamente paralisadas há cerca de um mês, quando a Procuradoria-Geral da República (PGR) nomeou um novo coordenador para assumir o caso, o procurador Celso Tres. Desde então, medidas investigativas, como tomada de depoimentos, não foram executadas.

Celso Tres foi nomeado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, em 25 de novembro no lugar do procurador Anselmo Lopes. Aras também prorrogou por 60 dias a atuação de sete procuradores na força-tarefa para auxiliar Celso Tres, mas o procurador até hoje não marcou uma reunião de trabalho com a equipe. Desses sete, dois já pediram desligamento da força-tarefa.

Celso Tres afirmou que aguarda a definição da PGR sobre uma maior equipe e sobre o destino das investigações. Admitiu que a demora pode causar prejuízo, mas disse que é mais importante neste momento definir quais casos sairão da responsabilidade da Greenfield e serão redistribuídos pra outros procuradores:

— Algum prejuízo haverá, mas agora o mais importante é fazer declinação e buscar força de trabalho.

Um dia antes de Celso Tres ser nomeado, a força-tarefa apresentou sua última denúncia, contra cinco pessoas acusadas de fraudes em um braço da Caixa Econômica Federal devido à aquisição de participação acionária no banco Panamericano.

Depois disso, nenhuma nova medida foi tomada nas investigações. Os processos, a maioria eletrônicos, foram enviados para Celso Tres começar a se informar sobre o acervo da Greenfield. Os integrantes da força-tarefa passaram o último mês aguardando contatos do novo coordenador, mas Tres nunca convocou uma reunião de trabalho com todos os integrantes. Apenas se comunicou por e-mail dando opiniões genéricas sobre os trabalhos da operação, mas não buscou informações para se aprofundar sobre nenhum caso concreto nem decidiu tarefas que permitissem a continuidade das investigações.

Há investigações em diversos estágios, que necessitam, por exemplo, a análise de documentos, análise de movimentações bancárias e tomadas de depoimentos. Há também casos que estão mais adiantados, próximos à apresentação de denúncia. Mas todos precisariam da realização de diligências.

O GLOBO revelou no sábado que Tres enviou um ofício à PGR sugerindo encerrar as investigações da Greenfield dentro do Ministério Público Federal, mandando todo o caso para a Polícia Federal dar prosseguimento às investigações e sugerindo celebrar acordos de forma automatizada com os alvos das investigações, para encerrar os processos. Ele também escreveu que são os fundos de pensão que devem ajuizar ações pedindo ressarcimento dos danos; não o MPF.

“Decididamente, não estou aqui para trabalhar muito. Já o fiz na “gringolândia” (roça, região italiana do RS) e, chegado a Porto Alegre a bordo do êxodo rural, servido por apetitoso ‘x-mico’ (pão e banana) no correr de largo tempo. Ou seja, trabalhei pela sobrevivência, não porque achasse bom. Hoje, quero é jogar futebol”, escreveu no ofício.

As afirmações de Celso Tres repercutiram negativamente dentro do MPF.

— As declarações são inaceitáveis e causaram uma forte reação negativa, um sentimento de indignação — afirmou Fábio George, presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), entidade que soltou nota em defesa do fortalecimento das forças-tarefas.

Nos bastidores, a cúpula da PGR defendeu a ação do procurador e avaliou que seu ofício tinha o objetivo de chamar a atenção da Corregedoria para supostas irregularidades no tamanho do acervo da Operação Greenfield e na saída do procurador Anselmo Lopes. A PGR não se manifestou publicamente sobre o caso.

As apurações da Operação Greenfield resultaram até agora na recuperação de R$ 11 bilhões aos cofres dos fundos de pensão e ainda tem pela frente mais de 400 pessoas investigadas e movimentações bancárias de R$ 3 trilhões a serem analisadas nas quebras de sigilo obtidas junto à Justiça.

Durante a gestão de Aras, a PGR foi retirando a exclusividade dos procuradores que faziam parte da força-tarefa Greenfield, esvaziando os seus trabalhos, apesar dos pedidos por maior estrutura. Por isso, o procurador natural do caso, Anselmo Lopes, acabou pedindo para sair e fez críticas à PGR pela falta de apoio para tocar as investigações.

A informação sobre a morosidade nas investigações foi transmitida à 5ª Câmara de Coordenação e Revisão da PGR, responsável por coordenar e fiscalizar os processos relacionados a corrupção e improbidade administrativa. Integrantes do núcleo planejam fazer uma reunião com Celso Tres em janeiro para discutir a Greenfield. A Corregedoria-Geral do MPF também vai analisar o caso do procurador.

O Globo

 

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