Seis Estados têm mais de 80% dos leitos de UTI ocupados

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Foto: RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

Seis estados brasileiros apresentam taxa de ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) dedicados a pacientes com Covid-19 superior a 80%, o que indica alto risco de colapso do sistema de saúde.

São eles, respectivamente: Santa Catarina (com 85% dos leitos de UTI ocupados); Paraná (84%); Pernambuco (84%); Espírito Santo (82%); Rio de Janeiro (81%); e Rio Grande do Sul (80%). Desses, três são da Região Sul do país.

Esses números foram obtidos em levantamento feito pelo Metrópoles junto às secretarias de Saúde das 27 unidades federativas. Os dados foram atualizados pelas pastas entre sexta-feira (27/11) e terça-feira (1º/12).

A pesquisa, feita com base nos boletins epidemiológicos divulgados diariamente pelas secretarias de Saúde e em dados registrados em painéis, engloba os leitos de UTI de hospitais da rede pública e/ou privada.

O panorama mostra a gravidade da atual situação em meio ao temor de que o país esteja no limiar (ou já tenha entrado) da chamada “segunda onda” – termo que não tem sido usado por especialistas – da pandemia do coronavírus. Os números de casos e de mortes voltaram a crescer no território nacional.

Para comparação, boletim publicado na última quinta-feira (26/11) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com dados de 8 a 21 de novembro, informava que apenas dois estados tinham taxa de ocupação crítica nas UTIs para Covid-19.

Eram eles: Amazonas (86%), que apresentou queda – hoje a ocupação é de 73% – e passou a ser considerado como de risco médio, e Espírito Santo (85%), que viu a taxa abaixar apenas dois pontos percentuais.

A situação tem se mostrado mais preocupante ainda nas metrópoles. No levantamento divulgado pela Fiocruz na semana passada, sete capitais tinham taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 superiores a 80%.

Manaus (86%), Macapá (92%), Vitória (91%), Rio de Janeiro (92%), Curitiba (94%), Florianópolis (83%) e Porto Alegre (89%) apresentaram, no período, as mais altas taxas do país em relação à ocupação desses leitos.

O Metrópoles buscou atualizar a situação dessas cidades. Algumas viram a taxa de ocupação baixar levemente, outras se mantiveram estáveis e, por fim, aquelas com aumento do nível de ocupação, como o Rio de Janeiro (93%).

Os destaques, no entanto, vão para Fortaleza (CE), que passou de 78% para 82% no período, e Campo Grande (MS), que tinha 76% e, hoje, chega à grave porcentagem de 97% (essa taxa se refere à macrorregião da capital).

O consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) Leonardo Weissmann avalia que o aumento da ocupação de leitos de UTI se deve, sobretudo, ao relaxamento de medidas restritivas tomadas por gestores locais.

“Normas de flexibilização de atividades deram a impressão de que não existia mais pandemia, mas o vírus continua circulando entre nós e, devido ao relaxamento, com maior velocidade, propagando-se cada vez mais”, frisa.

O especialista explica também que muitos dos leitos de enfermaria e de terapia intensiva, que eram destinados anteriormente à Covid-19 nos hospitais, foram liberados para o uso de pacientes com outras doenças.

“Com a ocupação crítica e o número de casos confirmados aumentando, corre-se o risco de um colapso do sistema de saúde”, complementa Leonardo Weissmann, em conversa com o Metrópoles.

O número de casos de Covid-19 voltou a crescer em todo o país, pelo menos, desde a primeira semana de novembro, situação que tem sido chamada de “segunda onda” da doença

A designação, porém, é refutada por especialistas, como explica o diretor científico da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, José David Urbaez. Para ele, o termo não pode ser aplicado no caso do Brasil.

“Não existe ‘segunda onda’ no Brasil. Há uma falsa sensação de que a coisa aquietou aqui, mas nunca houve controle da pandemia, apenas uma pequena queda. Lá na Europa sim: o vírus parou de circular”, sintetiza.

O diretor científico reforça a necessidade de governos tomarem medidas restritivas em relação à pandemia e de as pessoas se policiarem cada vez mais, como evitar sair de casa, sobretudo para locais com aglomerações, por exemplo.

“A solução é complexa, mas ajuda muito a restrição da circulação das pessoas. E só a máscara não resolve também. Não adianta ficar em um bolo de gente, todo mundo de máscara, pois o vírus vai continuar circulando”, afirma.

Essas medidas já voltaram a ser adotadas por alguns governadores, como pelo chefe do Executivo de São Paulo, João Doria (PSDB), que anunciou o recuo da fase verde para a fase amarela do plano de combate à Covid-19.

Com a fase amarela, a ocupação dos estabelecimentos fica limitada a 40%; o funcionamento volta a ser de 10 horas por dia, com limite de horário até as 22h; e eventos com público em pé ficam proibidos.

A mudança foi tomada na segunda-feira (30/11), um dia após o segundo turno das eleições municipais, em que Bruno Covas se reelegeu prefeito da capital, e começa a valer nesta quarta (2/12).

No DF, o governador Ibaneis Rocha (MDB) decretou, nessa terça-feira (1°/12), que os bares e restaurantes deverão encerrar as atividades às 23h. A medida foi publicada em edição extra do Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), poucas horas após o emedebista falar sobre a possibilidade de adotar medidas mais restritivas, em função da segunda onda de contaminações do coronavírus.

Metrópoles

 

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