Biden terá oposição feroz de Rupert Murdoch

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Chip Somodevilla – 19.jan.20/AFP

O democrata Joe Biden toma posse nesta quarta-feira (20) com 35% dos americanos convencidos de que ele não é o presidente eleito dos Estados Unidos. Entre republicanos, o número sobe para 65%.

Não haveria a grotesca invasão do Capitólio pela turba trumpista, no dia 6 de janeiro, sem essa grande mentira. A farsa sobre a eleição presidencial, que Biden venceu por larga margem no voto popular, foi cuidadosamente cultivada ao longo da campanha —quando o candidato derrotado, Donald Trump, dizia, em comícios e nas redes sociais, que havia apenas duas opções: sua vitória ou uma eleição roubada.

E não haveria a consolidação da grande mentira sem o endosso de canais de cabo e estações de rádio que atingem, combinados, dezenas de milhões de americanos diariamente. O aparato de mídia de ultradireita que propaga conspirações, incita violência e espalhou desinformação letal desde o começo da pandemia do coronavírus é a infraestrutura nacional que ajudou a normalizar, sob o disfarce de “conteúdo jornalístico”, o período de maior divisão no país desde a Guerra Civil, no meio do século 19.

Muito se especulou, em novembro, sobre os próximos passos de dois homens com poder extraordinário de influenciar os eleitores de Trump. Rupert Murdoch e seu filho Lachlan concentram mais poder político na história recente dos EUA do que qualquer outro líder de corporação de mídia.

O patriarca Murdoch, que faz 90 anos em março e é fundador da Fox News, passou a maior parte da pandemia isolado numa mansão na Inglaterra, mas subitamente reemergiu tomando decisões em janeiro, acima de seu filho, o presidente da empresa com sede em Nova York.

Tirou do ar o único programa assemelhado a telejornal do horário nobre da rede e inseriu novo conteúdo de opinião, sinalizando para o público que a guinada seria mais à direita ainda.

O australiano Murdoch não é um ideólogo, é um empresário que se tornou bilionário usando jornais e TVs para eleger e derrotar políticos em três continentes. Na reta final da campanha americana, ele contava com a derrota do homem que tinha ajudado a eleger, em 2016.

O que Murdoch não esperava era enfrentar concorrência, quando Trump começou a atacar a Fox por divulgar números corretos de pesquisa e da apuração de votos e explodiu na noite em que a rede foi a primeira a projetar a vitória de Biden no importante estado do Arizona.

Duas emissoras pequenas da franja ultradireitista que já cortejavam Trump investiram tudo na grande mentira sobre a eleição, a One America Network e a Newsmax (dirigida por um amigo pessoal de Trump).

Embora não tenham encostado nos números diários da Fox, que domina a média de audiência há 20 anos, a rede perdeu 20% de espectadores desde novembro, e as nanicas da direita aumentaram exponencialmente, em semanas, sua audiência diária.

Observadores da família Murdoch, cientes de que ele chama Trump de “idiota” e não vê a hora de se livrar dele, tiveram a surpresa de ver o empresário dobrar a aposta na grande mentira, em seguida à invasão do Capitólio. Alguns de seus âncoras, além de falsificar os fatos fartamente documentados em vídeo na insurreição do dia 6, continuam a repetir que a eleição é contestada.

Nenhum presidente na história moderna americana chega à Casa Branca com um desafio tão extraordinário do ecossistema da mídia conservadora ou extremista quanto Joe Biden.

Eleito durante uma grande recessão e a pior pandemia do século, Biden foi logo comparado a Franklin Roosevelt, outro democrata que herdou o país devastado pela Grande Recessão, em 1933, e implementou o New Deal, uma série de programas sociais, de infraestrutura, reformas financeiras e regulações que mais impacto tiveram no século 20. Dizem que Biden passou as últimas semanas estudando a transição entre o incompetente Herbert Hoover e o carismático Roosevelt.

Redação com Folha

 

 

O blogueiro Eduardo Guimarães foi condenado pela Justiça paulista a indenizar o governador João Doria em 20 mil reais. A causa foi um erro no título de matéria do Blog da Cidadania. O processo tramitou em duas instâncias em seis meses DURANTE A PANDEMIA, com o Judiciário parado. Clique na imagem abaixo para ler a notícia

Quem quiser apoiar Eduardo e o Blog da Cidadania pode depositar na conta abaixo.

CARLOS EDUARDO CAIRO GUIMARÃES
BANCO 290 – PAG SEGURO INTERNET SA
AGÊNCIA 0001
CONTA 07626851-5
CPF 100.123.838-99

Eduardo foi condenado por sua ideologia. A ideia é intimidar pessoas de esquerda. Inclusive você. Colabore fazendo um ato político, ajudando Eduardo com qualquer quantia.