Bolsonaro deve induzir falso crescimento por 2022

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em meio à disputa política que envolve a vacinação contra a covid-19 no país, o ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung (sem partido) criticou a demora do presidente Jair Bolsonaro para viabilizar a imunização imediata no país e disse que a obsessão com a disputa presidencial de 2022 poderá jogar o país no “descaminho”.

Ao participar de “live” promovida pelo Valor ontem, Hartung disse que os nomes para sucessão presidencial serão construídos ao longo de 2021. As respostas dadas pelos governantes neste ano para combater a pandemia ajudarão a definir quem terá viabilidade na disputa pela Presidência, na avaliação do ex-governador.

Sem citar diretamente o presidente Jair Bolsonaro, pré-candidato à reeleição, Hartung disse que quem não tiver a capacidade de liderar a vacinação dos brasileiros, implementar medidas para retomar o crescimento econômico e o combater ao desemprego, e organizar a retomada das aulas, por exemplo, deverá ser penalizado na disputa presidencial. “É esse ambiente que vai levar a 2022”, afirmou. “Ficar cegamente com o olho obcecado em eleições que vão acontecer em 2022 – e tem uma eternidade até 2022 – é jogar o país para um descaminho”, disse.

“O que vai acontecer em 2022? Vai ser produto do que acontecer em 2021, não o que aconteceu nas eleições municipais. As eleições municipais foram disputadas em ambiente artificial, com injeção de dinheiro, bonança em plena pandemia, família com renda maior do que renda normal”, afirmou, referindo-se ao auxílio emergencial, que chegou a R$ 1,2 mil para parte das famílias brasileiras.

Próximo de Luciano Huck, o ex-governador elogiou o envolvimento do apresentador em debates nacionais e ressaltou a projeção política obtida pelo líder do MTST Guilherme Boulos (Psol) na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Hartung disse que a participação de Huck é “muito importante” e descreveu o apresentador como “carismático e popular”. Questionado sobre Boulos, disse ter visto com “bons olhos” a emergência do candidato do Psol e destacou também a projeção do prefeito reeleito da capital, Bruno Covas (PSDB).

Hartung cobrou agilidade do governo federal não só para viabilizar a vacinação, mas também para promover o crescimento econômico, sob o risco de o país ter mais um “voo de galinha” neste ano. “No ano passado, o governo injetou dinheiro significativamente na sociedade, além das possibilidades do país. De certa forma, isso permitiu que a queda de PIB fosse menor do que a prevista no início da pandemia”, afirmou, em referência ao auxílio emergencial. “Mas a sustentabilidade da retomada depende de providências e estamos atrasados”, disse, citando a falta de vacinação. “Podemos não construir a sustentabilidade para a retomada [econômica].” Além do atraso na imunização, o ex-governador apontou outro grave problema do país: o desemprego de mais de 14 milhões de brasileiros.

Com a experiência de oito mandatos no Executivo e Legislativo ao longo de sua trajetória política, Hartung listou os temas que considera prioritários: vacinação, reestruturação de programas de transferência de renda – com recursos dentro do Orçamento da União -, retorno às aulas, combate ao desemprego, melhoria no ambiente de negócios com a atração de investimentos, e a ancoragem do endividamento – via PEC Emergencial ou PEC do pacto federativo.

“Precisamos de mais ação das lideranças do país. Se não fizermos o que precisa ser feito, vamos interromper processo de retomada da economia”, reforçou. “Se o país não liderar, o início de retomada do final do ano passado vai ser literalmente mais um voo de galinha na história econômica do país.”

Ao avaliar o processo de sucessão no comando da Câmara e do Senado, Hartung afirmou que os novos dirigentes devem fazer a defesa enfática das instituições e da democracia, além de impedir a tramitação de pautas “equivocadas”. Como exemplo, citou a proposta de retirar o poder dos Estados sobre a administração das polícias civil e militar. O ex-governador cobrou o avanço de reformas como a fiscal e a administrativa, sob o novo comando das duas Casas Legislativas. A eleição na Câmara e no Senado será em fevereiro.

Com longa carreira política, Hartung foi governador do Espírito Santo por três mandatos (2003-2010 e 2015-2018), senador, prefeito de Vitória, deputado federal e deputado estadual. Formado em economia pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), comanda a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), associação que reúne a cadeia produtiva de árvores plantadas para fins industriais.

Hartung defendeu o combate a atividades ilegais na região amazônica, como o desmatamento e o garimpo, e disse que o Brasil precisa dar indicações claras de que tem lutado contra esses problemas, para poder atrair investimentos. “Não é disputa ideológica”, disse, citando a pressão de grandes fundos de investimentos e de empresas e governos europeus para que o Brasil combata práticas ilegais na Amazônia. “O dever de casa é nosso e precisamos fazer para virar página e assumir outra postura.”

Valor Econômico

 

 

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