Brasileiros mergulham na miséria sem auxílio emergencial

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Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

O sol do meio-dia brilhava inclemente quando a trabalhadora rural Percileide de Souza, de 32 anos, caminhava de volta para sua casa, no município de Caracol, na divisa do Piauí com a Bahia, carregando na cabeça cerca de 40 quilos de pedaços de madeira, amarrados numa corda. Ela havia saído de casa antes de o dia clarear. Com os galhos coletados, acenderia o fogo para cozinhar arroz, feijão e ovos para as duas filhas, de 7 e 10 anos, e para o marido, também agricultor. No ano passado, Percileide havia deixado de cumprir essa rotina extenuante. Com a primeira parcela do auxílio emergencial de R$ 600 recebida em julho, aprovada pelo Congresso e paga pelo governo de Jair Bolsonaro, a família comprou um fogão a gás de segunda mão por R$ 120. O mesmo benefício foi usado para comprar um botijão no valor de R$ 85, que durou quatro meses. A família da agricultora também havia voltado a comer carne de bode depois de quatro anos. Com o fim do benefício, o ovo retomou o posto de principal item da única refeição diária, novamente preparada no fogão a lenha. Zurilda Mathias Maia, de 50 anos, viu o auxílio desaparecer no pior momento de sua vida, quando caiu da moto que a transportava e quebrou um braço, ficando impedida de continuar trabalhando na lavoura, onde recebia R$ 15 por dia. Domingas Alves Correa, de 23 anos, mãe de um menino de 5, recebia parcelas de R$ 1.200 pelo fato de não ter ajuda para sustentar a criança. No ano passado, comprou comida farta e uma cama para a mãe, Antonia Alves Rocha, de 60 anos. Agora, recebe apenas os R$ 120 do Bolsa Família, insuficientes para comprar o básico para seu sustento e para custear o farelo que alimenta seus porcos no casebre onde vive em Guaribas, no Piauí, mesma cidade de Zurilda.

Em julho do ano passado, ÉPOCA esteve no sertão do Piauí, nas divisas com a Bahia e Pernambuco, para verificar o impacto do auxílio emergencial na vida de uma das populações mais carentes do Nordeste e que também é inteiramente dependente dos programas sociais do governo federal. Naquele período, quando se iniciaram os pagamentos dos auxílios de R$ 600 e R$ 1.200 mensais, o cinturão de pobreza formado pelos municípios de São Raimundo Nonato, São Braz do Piauí, Anísio de Abreu, Jurema, Caracol e Guaribas havia se transformado. Comércio lotado, consumo de alimentos antes inacessíveis, como carne bovina, além da compra de eletrodomésticos e ferramentas agrícolas. De volta ao local no final de janeiro, período em que se completaram 30 dias do pagamento da última parcela do benefício, a reportagem refez o caminho entre as cidades durante quatro dias e encontrou um cenário muito diferente. Miséria, fome e comércio parado, além de uma grande insatisfação com o governo Bolsonaro, no lugar do sentimento de gratidão encontrado meses antes. “O presidente cortou como se não precisássemos mais. Ele deveria vir aqui em Guaribas ver como a vida é desgraçada. Muita gente passa fome. Nossos vizinhos não têm dinheiro nem para comprar água”, reclamou Domingas, que em julho tinha uma boa avaliação de Jair Bolsonaro, apesar de ter votado em Fernando Haddad em 2018 — mas disse já ter mudado de ideia.

Guaribas é o emblema de um Brasil cuja sobrevivência está atrelada aos programas sociais do governo — e que hoje responsabiliza Jair Bolsonaro pelo fim de uma bonança momentânea. Das 4.400 pessoas que vivem no município, basicamente só as crianças e os adolescentes (cerca de 2.300) não receberam o auxílio no ano passado. Em 2000, mais da metade dos habitantes era analfabeta (58,2%) e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) era de 0,214, menos da metade da média nacional e um dos mais baixos do Brasil. Tais indicadores fizeram a cidade ser escolhida como laboratório para o Fome Zero, programa fracassado da primeira gestão petista e que seria reformulado para dar origem ao Bolsa Família. O dinheiro que nos últimos 20 anos irrigou lugares como Guaribas garantiu uma renda básica para diminuir a fome, mas não mudou o quadro de desenvolvimento dessas cidades. Já o valor do auxílio, em alguns casos dez vezes maior que o Bolsa, como o exemplo de Domingas, permitiu um padrão de consumo que nunca antes havia sido observado por lá.

“A REPORTAGEM VOLTOU AO PIAUÍ UM MÊS APÓS O FIM DO AUXÍLIO E ENCONTROU MISÉRIA, FOME E COMÉRCIO PARADO, ALÉM DE UMA GRANDE INSATISFAÇÃO COM O GOVERNO BOLSONARO, NO LUGAR DO SENTIMENTO DE GRATIDÃO OBSERVADO MESES ANTES, QUANDO OS REPASSES COMEÇARAM A SER FEITOS”

­Os trabalhadores rurais de Guaribas e Caracol recorrem ao comércio de São Raimundo Nonato, o município mais estruturado da região. Quando ÉPOCA visitou lojas e supermercados em julho do ano passado, encontrou grande movimento de clientes e comerciantes animados com o dinheiro que entrava no caixa. Em janeiro, viu-se o oposto. Lojas vazias e vendedores ociosos. No ano passado, a Loja Vamol bateu todos os recordes de vendas graças ao auxílio emergencial. A gerência chegou a contratar quatro novos vendedores para atender à alta demanda. Recentemente, dois foram dispensados e mais dois estão na iminência de perder o emprego. “Não estamos vendendo nada. Quando entra cliente na loja, ele olha, olha e não compra nada”, disse a gerente Meily Ribeiro de Souza. Os itens mais vendidos na época da fartura foram uma bicicleta de R$ 790 e uma cama de casal de R$ 350. Agora, os dois produtos estão com desconto de 20% e podem ser parcelados em dez vezes no carnê. Ainda assim, ninguém está interessado.

O gerente do supermercado Vitória, Jaílson Rodrigues, também reclama do movimento fraco. O estabelecimento é um dos maiores do município e teve um boom nas vendas no ano passado. Seu caixa chegava a registrar a entrada de R$ 30 mil num único dia. Quando ÉPOCA visitou o local, na sexta-feira 22, ele estava fazendo as contas. A receita do dia anterior não havia chegado a R$ 9 mil. “Os trabalhadores rurais vinham de todos os municípios da região e faziam compras para o mês, gastando entre R$ 600 e R$ 700 reais. Com o fim do auxílio, eles simplesmente desapareceram. Quando aparecem, pedem para comprar fiado. Mas a gente vende ‘no fio do bigode’ compras de até R$ 100 e só para clientes antigos”, avisou. A interrupção das transferências coincidiu com outro fator desfavorável: a sazonalidade, já que é justamente depois do Natal que as famílias têm de custear as despesas de início de ano, como o pagamento de tributos, o que dilapida o orçamento de consumo.

O fim do pagamento do auxílio, somado à forma com que o governo Bolsonaro conduziu a pandemia, já começa a subtrair pontos da popularidade do presidente, que havia atingido recorde desde o início do mandato justamente em agosto, depois de ter sido creditada a primeira parcela do benefício. Pesquisas divulgadas nas últimas semanas divergem no percentual de aprovação, mas convergem na tendência. A mais recente, feita pelo Datafolha, mostrou que a reprovação ao presidente aumentou oito pontos percentuais, enquanto a avaliação positiva caiu seis em pouco mais de um mês. Ainda não é o pior momento vivenciado pelo governo, mas especialistas avaliam que são grandes a chances de a impopularidade escalar. Na fotografia mais recente, 40% da população avalia o governo como ruim ou péssimo, ante 32% em dezembro. Já aqueles cuja avaliação é ótima ou boa passaram de 37% para 31% no período. Foi a maior queda nominal desde o início do governo.

O apoio dos mais pobres, impulsionado pelo auxílio, dá sinais de esgotamento. Sem o benefício, 40% dos domicílios brasileiros podem trocar a fila do mercado pela espera do Bolsa Família ou pela esperança de um novo programa. Tudo isso em meio ao aumento de casos de Covid-19 em todo o país e a uma inflação de alimentos que chega a 14,09% em 12 meses e corrói o limitado orçamento familiar. No Nordeste, a reprovação ao governo, que caiu de 52% para 34% entre junho e agosto, no auge dos R$ 600, voltou a subir para 43%, segundo o Datafolha. Entre os mais pobres, aqueles que recebem até dois salários mínimos, o cenário se repete. O crescimento de 15 pontos percentuais em seis meses foi corroído por uma queda de oito pontos em apenas 40 dias.

“O FIM DO PAGAMENTO DO AUXÍLIO JÁ COMEÇA A SUBTRAIR PONTOS DA POPULARIDADE DO PRESIDENTE, QUE HAVIA ATINGIDO RECORDE DESDE O INÍCIO DO MANDATO JUSTAMENTE EM AGOSTO, DEPOIS DE TER SIDO CREDITADA A PRIMEIRA PARCELA DO BENEFÍCIO”

­“O governo está no momento mais complexo desde o início da gestão”, vaticinou Maurício Moura, fundador da consultoria Ideia Big Data, que conduziu uma das pesquisas, ao ponderar que fazer uma boa gestão da pandemia e manter o auxílio seriam as únicas formas de manter o apoio da população mais carente. E as duas opções têm se mostrado improváveis quando se leva em conta o exemplo de Manaus e a complicada situação fiscal do país. Sobre esse último ponto, embora a classe política tenha demonstrado apoiar a volta do benefício, o governo tergiversa. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que retomar o auxílio só será uma opção se a vacinação se mostrar mais lenta do que se espera e a pandemia escalar ainda mais. Já Bolsonaro foi mais direto: “Não é duradouro, não é vitalício, não é aposentadoria. Lamento (que haja) muita gente passando necessidade, mas nossa capacidade de endividamento está no limite”, disse.

O auxílio emergencial desembarcou num Nordeste ainda devoto ao PT. No Piauí, Fernando Haddad levou 77% dos votos no segundo turno, enquanto Guaribas se mostrou ainda mais fiel, com 98%. Quando abordada pela reportagem em julho, Antonia Alves Rocha, mãe de Domingas, disse que dinheiro nenhum compraria seu voto e que mantinha sua crença nas gestões petistas. No decorrer dos meses de bonança, confessou, chegou a considerar mudar de ideia, mas disse que a condução da pandemia sepultou o início de simpatia que poderia nutrir por Jair Bolsonaro. “Não é só dinheiro, sabe? O Bolsonaro paga melhor, mas ele não tem sido sensível no trato da pandemia. O desprezo pelos mortos pesa muito”, ponderou a agricultora, que não chegou a adoecer de Covid-19. “O presidente deveria ter pena das pessoas atingidas por esse vírus. Lutar pela vacina”, disse, para depois recordar uma das célebres frases ditas por Bolsonaro no decorrer de 2020. “‘Sou Messias, mas não faço milagres’? Essa frase vai ficar para sempre, não é?”, indagou, antes de voltar a defender Lula. “É muito difícil apagar o que o PT fez aqui em Guaribas. Estávamos mortos, e o Lula nos ressuscitou. Estávamos com fome, e o Lula nos deu comida.” Sobre as condenações que levaram o ex-presidente a passar 580 dias na prisão, ela contemporizou: “Acho que ele aprendeu a lição”.

“Meu pai e meu avô viram o Lula duas vezes aqui no Piauí. Eu nunca vi. Eles sempre diziam lá em casa que, se tinha comida na mesa, era por causa dele. Só que o valor da bolsa do PT é muito baixo diante de tanta miséria”, afirmou Percileide, aquela que trocou o fogão a gás pelo a lenha depois do fim do auxílio. Ao se lembrar de como era a vida no ano passado, seus olhos ainda brilham. “Era muito dinheiro, mas tudo ficou muito caro. O gás custava R$ 65 antes do vírus. Agora subiu e já está R$ 95. Não tem a menor condição”, ponderou. A subida de preços se reflete em toda a cesta básica vendida na região. Moradores reclamam que o saco de 20 quilos de arroz, por exemplo, saltou de R$ 120 para R$ 160 em dois meses. A lata de óleo de soja custava R$ 2 no início de 2020 e em dezembro era vendida por R$ 10. “O presidente disse na TV que não tem dinheiro para continuar o benefício. Então para que ele deu? Para cortar depois? (…) A gente fica sem saber o que fazer porque o dinheiro some de uma hora para outra e a nossa vida triste continua”, reclamou Zurilda Maia.

“O AUXÍLIO EMERGENCIAL DESEMBARCOU NUM NORDESTE AINDA DEVOTO AO PT. NO PIAUÍ, FERNANDO HADDAD LEVOU 77% DOS VOTOS NO SEGUNDO TURNO, ENQUANTO GUARIBAS, NO PIAUÍ, SE MOSTROU AINDA MAIS FIEL, COM 98%”

­Alessandro Janoni, diretor de pesquisas do Datafolha, comparou o momento atual a um cabo de guerra. Se antes a pandemia preocupava, mas a comida estava na mesa, agora a despensa está vazia e a Covid-19 é uma realidade, principalmente no interior e nas regiões mais pobres. “A opinião pública se equilibrava num cabo de guerra de aprovação graças ao auxílio e de reprovação em razão das mortes da pandemia. Eram forças que se anulavam. Quando você perde o auxílio, a força da pandemia puxa a corda para outro lado, o da reprovação”, explicou. Em Guaribas, foram poucos os casos registrados da doença: apenas 58, com duas mortes. Mas a população teme que o vírus possa chegar com mais força, a exemplo de Manaus.

Em editorial publicado no dia 26, o jornal Financial Times atentou para o crescimento da dívida pública (para 91% do Produto Interno Bruto) durante a pandemia sem que houvesse um compromisso do governo Bolsonaro de empreender reformas para equilibrar as contas. O jornal ainda reconheceu que o ministro Paulo Guedes está de mãos atadas diante do ímpeto de seu chefe, mais interessado em reeleger-se do que em ceder a pressões impopulares, e classificou os desequilíbrios econômicos encontrados no Brasil como “grotescos”. Noves fora os acertos do periódico britânico, o Brasil, apesar dos fartos aportes de dinheiro público feitos durante a pandemia, ainda verá sua população empobrecer gravemente ao longo do ano que se inicia. Ao menos essa é previsão unânime dos economistas tendo em vista o fim do auxílio combinado com o aumento do desemprego — há previsões que apontam para um índice de 17% de desempregados ainda neste ano.

Cálculos inéditos feitos pelo sociólogo Rogério Barbosa, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e do Centro de Estudos da Metrópole (USP), a pedido de ÉPOCA, indicam que 26,7 milhões de brasileiros entraram na pobreza com o fim do auxílio. São pessoas que em 2018 e 2019, antes da pandemia, possuíam trabalho e renda per capita superior a R$ 860 e não precisavam de ajuda governamental para sobreviver. “Das pessoas consideradas pobres hoje, excluindo do auxílio, metade não era pobre em 2019 e 2018. Há um fluxo de pessoas recém-chegadas à pobreza, de pessoas que estavam distantes dessa linha no passado”, disse o pesquisador. Nas contas de Barbosa, o fim do programa pode levar os índices de desigualdade a um retrocesso de 40 anos, no mesmo nível dos anos 1980.

“‘PARTE DA POPULAÇÃO BRASILEIRA REALMENTE VAI PASSAR FOME, E O ESTADO NÃO PODE ACEITAR ISSO. ALÉM DE SER UMA RESPONSABILIDADE HUMANITÁRIA, PODE HAVER UM CLIMA DE DESCONTENTAMENTO SOCIAL MUITO GRAVE’, DISSE O SENADOR TASSO JEREISSATI (PSDB-CE)”

­O economista Daniel Duque, da Fundação Getulio Vargas (FGV), tampouco prevê dias melhores. Em entrevista a ÉPOCA projeta que a pobreza (famílias com renda menor que R$ 455 per capita) deverá atingir até 35% da população neste ano. Em 2019, esse contingente era de 25% e, no ano passado, com o auxílio, caiu para 18%. Já a miséria, segundo Duque, atingirá de 10% a 15% da população. Em 2019, estava em 7% e caiu para 2,3% em 2020. “O que estou descrevendo é o cenário otimista”, disse o economista.

Entre as iniciativas que têm o potencial de atenuar essas projeções está um projeto de lei do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) que prevê a chamada “lei de responsabilidade social”, contemplando três benefícios em substituição ao Bolsa Família, sendo um destinado apenas às crianças na escola. A proposta prevê um custo inicial de R$ 46 bilhões, com financiamento dentro da regra do teto de gastos (que impede o crescimento das despesas acima da inflação), mas para financiá-la seriam necessários deslocamentos de emendas parlamentares e mudanças na regra do abono salarial, o que o senador tucano defende ser factível, por não se tratar de uma proposta de emenda à Constituição (PEC).

“O governo teria de fazer alguns cortes também. Trata-se de definição de prioridades, pensando em solucionar primeiro a questão dos mais vulneráveis”, disse Jereissati, que, além do projeto, defende ainda a volta do auxílio por pelo menos três meses para evitar o caos social. “Eu vejo nesses próximos três meses uma situação insustentável. Parte da população brasileira realmente vai passar fome, e o Estado não pode aceitar isso. Além de ser uma responsabilidade humanitária, pode haver um clima de descontentamento social muito grave quando isso acontecer, sobretudo porque estamos falando também daqueles que ficarão sem emprego. São 14 milhões de desempregados, e nada aponta para uma melhora”, afirmou o senador.

Se a volta do auxílio ainda é uma incógnita, o governo espera que a vacinação em massa consiga reverter a tendência de reprovação da gestão de Jair Bolsonaro. Sobretudo porque, segundo a pesquisa da Ideia Big Data, 70% dos que aprovam o governo esperam ser vacinados ainda no primeiro semestre. Trata-se, portanto, de um contingente fiel a Bolsonaro e do qual ele não pode abrir mão em sua clara tentativa de reeleição em 2022. A velocidade na vacinação tem funcionado como um motor de popularidade, como no exemplo de Israel, em que o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, viu sua aprovação escalar depois de vacinar 30% dos habitantes. Um contraste em relação a setembro do ano passado, quando a população foi às ruas pedir sua renúncia devido a acusações de corrupção.

Num cenário de fracasso econômico e sanitário, Bolsonaro poderá recuar ao patamar de 15% de popularidade, estimam Moura, da Ideia, e Janoni, do Datafolha — um risco alto para um presidente que possui 56 pedidos de impeachment protocolados no Congresso. Esse percentual é a soma da chamada classe C evangélica, fiel ao bolsonarismo, e do chamado “núcleo duro” de apoio, formado pela parcela majoritariamente masculina da classe média alta de regiões metropolitanas. Comparado aos demais presidentes, Bolsonaro só não é menos popular que Fernando Collor com o mesmo período de governo. Seu maior trunfo, porém, segundo os especialistas, não está tanto em sua base fiel, mas sobretudo nos 26% da população que consideram seu governo regular. Trata-se de um eleitorado mais volátil, que não é refratário ao nome do presidente, mas está insatisfeito e espera atitudes mais claras para declarar sua posição. A volta do auxílio, nesse contexto, serviria não só para prover a comida aos necessitados, que é sua função primordial, mas também para dar argumentos a quem está em cima do muro.

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