Ministros ‘traduzem’ falas polêmicas de Bolsonaro

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Foto: Isac Nóbrega/PR

O ano começou com mais uma crise provocada por declarações extemporâneas do presidente Jair Bolsonaro. Ao conversar com apoiadores nesta semana, Bolsonaro justificou que não conseguiu cumprir a promessa de campanha de ampliar as faixas de isenção do Imposto de Renda porque “o Brasil está quebrado”. Ao se eximir de mais uma responsabilidade, o presidente colocou em xeque o trabalho da equipe econômica do governo e obrigou o ministro da Economia, Paulo Guedes, a vir a público para apagar o incêndio provocado pelo mandatário. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Guedes afirmou que não existem divergências com Bolsonaro e que o chefe estava se referindo à situação do setor público.

A figura do bombeiro aparece com frequência na gestão de Bolsonaro e por diversas vezes foi encarnada pelo vice-presidente, Hamilton Mourão. A cada canelada distribuída pelo presidente, o general surge em frente aos microfones para contemporizar a situação e apresentar uma visão distinta do que foi dito por Bolsonaro. Nos últimos dias, Mourão está afastado das aparições públicas porque está em recuperação após ter contraído a Covid-19.

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, é outro exímio “domador de Bolsonaros”, como foi apelidado na Esplanada dos Ministérios. Recentemente, Faria centralizou discussões sobre o leilão da tecnologia 5G, a fim de isolar o grupo ideológico que cobra a exclusão da chinesa Huawei do certame, e garantiu que haverá vacinas contra a Covid-19 disponíveis para todas as pessoas que quiserem fazer uso do imunizantes. Em outras ocasiões, Faria se diferenciou de Bolsonaro ao fazer elogios ao trabalho da imprensa televisiva e escrita, alvos constantes dos ataques do presidente.

Outro que integra a turma do “não é bem assim” é o general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo da Presidência. Ramos precisou prestar depoimento no inquérito em que Bolsonaro é acusado de tentar interferir na Polícia Federal e se desdobrou para explicar a ameaça literal que o presidente dirigiu ao comando da corporação durante a reunião ministerial do dia 22 de abril. Segundo o general, Bolsonaro se referia à chefia dos ministérios quando bradou a célebre frase: “vou interferir e ponto final”. Por diversas vezes Ramos também teve de descartar ameaças de um golpe militar, insufladas principalmente pela disposição de Bolsonaro de confraternizar com manifestantes que simpatizam com a volta da ditadura militar.

Mesmo os ministros mais discretos já passaram por saias justas criadas por pronunciamentos do presidente. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, foi obrigada a se pronunciar oficialmente após o presidente dizer em uma rede social que as medidas sanitárias contra a Covid-19 estavam causando o desabastecimento de alimentos. A informação era mentirosa, mas Cristina teve de ir a público para garantir que não havia nenhum indício de que estavam faltando produtos alimentícios nos mercados brasileiros. Mais uma mostra de que o principal adversário do governo é o próprio presidente.

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