Trump diz que “jamais” reconhecerá derrota

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Foto: TASOS KATOPODIS / AFP

Cerca de duas horas antes da sessão no Congresso que confirmará a vitória de Joe Biden na eleição presidencial nos EUA, o atual ocupante da Casa Branca, Donald Trump, declarou que “jamais” aceitará a derrota na eleição de novembro, e deixou claro que vai buscar o protagonismo na sigla mesmo depois de deixar o poder, no dia 20 de janeiro.

— Nunca vamos desistir, nunca vamos reconhecer [a derrota] — declarou Trump, a duas semanas da posse de Joe Biden, quando acaba seu mandato. Ele voltou a declarar que venceu a eleição por “uma grande margem”, apesar dos resultados finais mostrarem uma diferença de mais de oito milhoes de votos a favor do democrata.

Trump voltou a defender que o vice-presidente, Mike Pence, rejeite os resultados do Colégio Eleitoral, o que ele não pode legalmente fazer.

— Se Pence fizer a coisa certa, venceremos a eleição — declarou, trazendo alegações não comprovadas de fraudes na eleição de novembro.

Ele também colocou pressão sobre os congressistas de seu partido para que votem com ele na sessão desta quarta-feira.

— Hoje vamos ver se os republicanos agem em defesa de nossa Constituição, se eles agem em defesa de nosso país — afirmou, colocando pressão sobre os senadores e deputados que se recusam a apoiar sua manobra. — Vamos ver se temos líderes corajosos ou se temos líderes que deveriam se envergonhar. Nunca vamos nos esquecer do que eles farão hoje.

Para ele, confirmar os resultados do Colégio Eleitoral “será o fim do Partido Republicano”, e lembrou que, daqui a um ano, começa a campanha para as eleiçoes legislativas, sugerindo que não estará ao lado de quem não o apoiar agora.

— Precisamos nos livrar dos nomes ruins.

O presidente atacou o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, por bloquear seu plano para pagar um auxílio de US$ 2 mil aos americanos por conta da Covid, sugerindo que isso pode ter afetado os resultados da corrida para o Senado na Geórgia. Ele ainda ironizou os ataques sofridos pelo senador Mitt Romney, um de seus maiores desafetos no partido, durante um voo na terça-feira, quando foi vaiado por passageiros.

Antes de Trump, discursos de congressistas, ativistas e familiares de Trump ressaltavam que, para eles, “a luta está começando”, com uma bandeira de que estão “salvando o país”, ignorando os resultados das urnas. Em uma declaração que soou como ameaça aos que não apoiam a iniciativa no Congresso, o filho do presidente, Donald Trump Jr., disse que “esse não é mais aquele seu [deles] Partido Republicano, esse agora é o Partido Republicano de Donald Trump”.

Diante deles, um público estimado em 36 mil pessoas — esse foi o número autorizado pela prefeitura de Washington para o ato diante da Casa Branca. Uma outra marcha foi organizada paralelamente para protestar diante do Congresso. No discurso, Trump acusou a imprensa de não cobrir de maneira justa o ato, afirmando que “centenas de milhares” de pessoas estavam no local. Em sua fala, prometeu que “estaria ao lado” dos manifestantes diante do Capitólio. Ali, alguns manifestantes tentaram subir a escadaria do prédio, mas foram contidos pela polícia, que usou spray de pimenta.

Nos principais meios do país, a palavra “golpe” circulou livremente em análises e comentários sobre as ações de Trump. Na CNN, uma das tarjas durante o dia falou de “tentativa desesperada de golpe” por parte do presidente.

Nas horas que antecederam o discurso, apontado como o único compromisso oficial da agenda do presidente nesta quarta, ele se dedicou a publicações questionando o sistema eleitoral americano e, em especial, a eleição na Geórgia. Durante a madrugada, sugeriu que autoridades eleitorais do estado estavam “encontrando votos” em condados onde os candidatos democratas tiveram bom desempenho.

Mais tarde, retomou a ideia de que o vice-presidente Mike Pence tem o poder de declará-lo presidente reeleito, ignorando os milhões de votos da eleição de novembro e a decisão do Colégio Eleitoral, a ser referendada pelo Congresso na tarde desta quarta. Em letras maiúsculas, em um reconhecimento indireto da derrota de seus candidatos na Geórgia, disse que “o Partido Republicano e, mais importante, nosso país, precisa da Presidência”, sugerindo que isso lhe daria o poder de veto sobre decisões do Congresso.

Mesmo sem qualquer base legal, Trump quer que Pence ignore os votos do Colégio Eleitoral para declará-lo presidente, mas o próprio vice declarou em mais de uma ocasião que a Constituição não permite que faça tal manobra, uma vez que seu papel é meramente cerimonial. Na noite de terça-feira, Eric Trump ameaçou tumultuar as campanhas futuras dos congressistas que não se alinhassem aos esforços (ilegais) do presidente.

— Acho que amanhã (quarta-feira) vai dizer muito sobre esse país porque qualquer senador que não, digo, desse lado, lutar amanhã, sua carreira política está encerrada, porque o movimento MAGA não vai a lugar algum — declarou Eric à Fox News, se referindo à sigla usada pelos trumpistas desde a campanha de 2016, “Faça os EUA Grandes Novamente”.

Durante a noite, houve confronto entre apoiadores de Trump e a polícia, justamente na área onde manifestantes antirracismo enfrentaram a polícia no ano passado. Pouco antes, o líder de um dos grupos de extrema direita que defendem o presidente, os Proud Boys, foi proibido de entrar na capital americana até junho. Ele havia sido preso em dezembro, acusado de queimar uma faixa do movimento Vidas Negras Importam em uma igreja, e agora foi detido com dois carregadores sem autorização. Além dele, um homem foi detido acusado de portar armas de fogo também sem a devida autorização.

Nos dias que antecederam o ato, a prefeita de Washington, Muriel Bowser, pediu que os cidadãos evitassem a região próxima à Casa Branca e ao Congresso, para onde o público seguiu depois da fala de Trump, e que não entrassem em discussões. A Guarda Nacional também está nas ruas da cidade para agir em caso de confrontos.

O Globo 

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