Rio já está quase sem vacinas

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Foto: FABIANO ROCHA / Agência O Globo

Nesta quinta-feira, a Secretaria municipal de Saúde (SMS) do Rio afirmou que o estoque de vacinas na capital irá durar até sábado (13), o que ameaça o calendário de vacinação na semana que vem. A pasta, entretanto, ainda não suspendeu a programação e o secretário Daniel Soranz trabalha com duas hipóteses para manter o planejado: antecipar doses da Coronavac que estão armazenadas com a Secretaria estadual de Saúde (SES), e que seriam aplicadas daqui a 28 dias, ou receber, até terça, uma nova remessa de imunizantes da Oxford/Astrazeneca. No momento, só estão garantidas, para semana que vem, as segundas doses de quem recebeu Coronavac no mês passado.

Procurada, a SES afirmou que não há, até aqui, nenhum novo envio de vacina confirmado pelo Ministério da Saúde, e o que há em mãos é a segunda metade de doses da Coronavac. Apesar da vontade de Soranz, as chances de antecipação dessas doses são remotas, pois dependeria de mudança no Programa Nacional de Imunização (PNI). Várias cidades da Região Metropolitana estão trabalhando com programação de campanha somente até o final desta semana ou meados da semana que vem. Em Duque de Caxias, por exemplo, a prefeitura afirmou que recebeu 5.600 doses nesta quinta, o que dificilmente irá durar mais de um dia.

Na capital, a vacinação continuará semana que vem com a aplicação das segundas doses da Coronavac em quem tomou a imunização no mês passado, ou seja, profissionais de saúde e idosos institucionalizados, que somam cerca de 115 mil pessoas. Vale lembrar que o intervalo entre as doses de Coronavac precisa ser de 28 dias. O que não está garantido, então, é a vacinação ao público entre 80 e 85 anos, que é o grupo definido para semana que vem.

O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, afirmou que há previsão de chegada, entre domingo e terça, de uma nova remessa de vacinas da Astrazeneca/Oxford. Ele não confirmou, porém, a quantidade prevista. O fato é que a demanda da semana que vem é de 20 mil pessoas por dia, num grupo que soma cerca de 105 mil pessoas (80 a 85 anos). Outra alternativa, diz o secretário, seria antecipar o uso das 50 mil doses de Coronavac armazenadas pela SES.

— Como essa segunda dose só precisa ser aplicada daqui a 28 dias, estamos pedindo liberação do Ministério da Saúde para usar esse estoque agora. Isso se houver garantia da entrega de uma grande remessa no dia 23, como está previsto pelo Instituto Butantã. Aí daria tempo e garante a semana que vem — explica Soranz, que por enquanto não suspendeu o calendário. — Por enquanto está mantido, mas precisamos ou adiantar o uso da Coronavac, ou que chegue novas doses da Astrazeneca/Oxford.

O secretário diz que nesta sexta deverá receber um posicionamento do Ministério da Saúde. Procurado, o Ministério afirmou que “está trabalhando em todas as frentes para garantir” vacinação ágil e que, atualmente, o país tem 454 milhões de doses garantidas, com cronograma de envios ao longo do ano, a partir da liberação dos laboratórios. A pasta, porém, não respondeu sobre os pleitos específicos do Rio.

Procurado, o Ministério Público do Rio explicou que em janeiro instaurou procedimento administrativo para acompanhar a vacinação. A 5ª Promotoria da Saúde, que está fazendo o acompanhamento, disse que é contra a antecipação de doses da Coronavac, pois é essencial a reserva das segundas doses.

Até a noite desta quinta, os dados das secretarias mostravam números de 336.508 pessoas vacinadas no estado do Rio e 222.736 na capital

Nessa semana, a Secretaria estadual de Saúde distribuiu 131.110 doses de Coronavac aos 92 municípios fluminenses. Isso significa metade (menos a taxa de 5% descontada por reserva de segurança) do que foi recebido do Ministério da Saúde. A outra metade está armazenada para a aplicação da segunda dose no mês que vem, e uma alteração nesse planejamento dependeria de autorização do Ministério da Saúde. A capital, por cálculo populacional, foi quem mais recebeu: 50 mil.

Subsecretário de Vigilância em Saúde da SES, Alexandre Chieppe diz que não há atraso no cronograma de entregas da secretaria, até porque não há novas datas definidas, ainda, pelo Ministério. Sobre antecipação das Coronavacs, ele explicou que isso não depende da SES.

— A orientação é guardar a segunda dose, garantindo que ninguém ficaria sem a segunda aplicação, o que seria muito grave. A posição da secretaria é de que a antecipação só é possível mediante autorização do Ministério da Saúde e garantia de recebimento de mais vacinas em tempo adequado para a segunda dose no período determinado pelo fabricante e Anvisa (28 dias) — afirmou Chieppe.

Há duas semanas, a prefeitura estabeleceu calendário para vacinação de todo público acima de 80 anos ao longo de fevereiro, com dias específicos para cada faixa de idade. Poucos dias depois, porém, a SMS antecipou o calendário e incluiu vacinação para pessoas entre 75 e 79 anos na última semana do mês. Segundo Soranz, a opção foi de trabalhar sempre “no limite”, sem grandes reservas de segurança.

— Optamos em trabalhar sempre no limite da falta de vacina. Estaremos sempre caminhando de maneira acelerada de acordo com a chegada do número de doses. Mas é muito melhor vacinar rápido e acelerar do que esperar doses chegar — afirmou o secretário, que destacou a priorização pelos idosos. — Tem muitos movimentos sociais, representantes de classe, querendo se vacinar antes, inclusive alunos de faculdade da área da saúde. Mas as estatísticas mostram que 82% dos óbitos por Covid-19 no Rio são de idosos acima de 60 anos.

Para Soranz, o alto número de vacinação no Rio acabou pressionando outras cidades.

— Quando antecipamos a vacina dos idosos, outras capitais vieram acompanhando a gente. Somos a primeira capital a vacinar todos acima de 90 anos. E isso pressionou para que todos acelerassem a vacinação — disse Soranz, que disse ter montado o calendário com base na previsão de remessas de Oxford/Astrazeneca e Coronavac. — Se acontecer de não receber, interrompe uma semana e voltamos quando voltar a vacina.

Se a capital também não tem vacinas garantidas para semana que vem, o mesmo vale para outras cidades. Em Duque de Caxias, por exemplo, a prefeitura afirmou que recebeu 5.600 vacinas da Coronavac nesta quinta — estoque que não deve durar até sexta. Estão sendo aplicadas as segundas doses em profissionais de saúde e cerca de 20 mil pessoas já foram vacinadas no município. Na terça e quarta, a cidade já havia interrompido a campanha por falta de vacina.

São Gonçalo também teve problemas nos últimos dias. De segunda a quarta, por exemplo, a imunização nos idosos havia sido suspensa, por falta de vacina, e a campanha seguiu apenas para profissionais de saúde. Com a nova remessa enviada nessa semana, a prefeitura voltou a vacinar idosos, com mais de 87 anos, nesta quinta. A secretaria de Saúde garantiu vacinação até o próximo dia 19. Outra cidade que teve problemas, Niterói retomou a vacinação a idosos nesta quinta, após a chegada de 5.670 novas doses.

Já em Nova Iguaçu, a secretaria informou que a programação “segue normalmente no município”. Até aqui, a cidade recebeu 28 mil doses, entre Oxford/Astrazeneca e Coronavac, sendo 5 mil nessa semana, e, até quarta, 9 mil foram utilizadas. Nessa semana estão sendo imunizados idosos entre 90 e 94 anos, bem como profissionais de saúde idosos e profissionais da linha de frente, além de idosos e pessoas com deficiência institucionalizados. Na próxima semana, o calendário está garantido, com imunização de idosos entre 85 e 89 anos, além de repescagem. Os postos só não funcionarão no feriado de terça.

Itaboraí também confirmou programação de vacinas na semana que vem, para idosos com mais de 85 anos a partir da próxima quarta (17). Nesta sexta, a Secretaria de Saúde encerra a vacinação de idosos e pessoas com deficiência acamados.

Em Duque de Caxias, há informações de que muitos dos profissionais de saúde da rede, de cerca de 20 mil pessoas, estão sendo vacinados em outras cidades. Segundo Daniel Soranz, 15% de todos idosos vacinados no Rio são residentes de outros municípios.

— Não há problema nessa migração, porque depois essa diferença é compensada.

O Globo 

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