Vacina de rico pode impactar pandemia no Brasil

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Foto: Jacob King/Pool via Reuters

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou o registro definitivo da vacina da Pfizer/Biontech contra a Covid-19 na última terça-feira (23). O governo federal ainda negocia a compra de doses com a farmacêutica e, segundo especialistas, a quantidade de imunizantes adquiridos será determinante no cálculo do impacto ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) do país.

Com o desempenho positivo da vacina da Pfizer em países da Europa, nos Estados Unidos e, principalmente, em Israel, a expectativa é de que o Brasil entre também na lista de nações a negociar a compra de números altos de doses.

Em entrevista à CNN na última terça-feira (23), o coordenador dos testes da Pfizer no Brasil, Cristiano Zerbini, afirmou que, em caso de acordo entre a farmacêutica e o governo federal, a quantidade de imunizantes destinados ao Brasil será alta.

“A Pfizer tinha prometido 1,3 bilhão [de vacinas para todo o mundo] em 2021, isso foi aumentado para 2 bilhões e tenho a impressão de que aumentará ainda mais. Então, haverá vacinas disponíveis para os brasileiros. Se houver um acordo, a disponibilidade de vacinas será bem alta”, afirmou Zerbini.

A CNN entrou em contato com o governo federal a fim de apurar informações sobre as negociações com a Pfizer, mas, não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

Para o imunologista Eduardo Nolasco, a capacidade de produção da Pfizer pode não ser compatível com a demanda que o Brasil necessita, uma vez que a empresa já firmou contratos previamente com outros países.

“O registro definitivo da Pfizer é extremamente importante, porém um impacto no PNI a curto prazo não será muito grande, porque a empresa tem outros países como prioridade para enviar esses imunizantes. A capacidade de produção é insustentável com essa grande necessidade de doses, eu vi que eles têm 9 milhões de doses para disponibilizar imediatamente e, só para os nossos grupos prioritários, a gente precisaria de 100 milhões de doses no total”, avaliou o especialista.

“O impacto a curto prazo não seria tão grande nesse momento, mas seria um número bem importante para ajudar a acelerar esse Plano Nacional de Imunização”. Eduardo Nolasco, imunologista

O infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, destacou que o cenário atual do Brasil necessita de muitas doses com agilidade.

“Falaram em 70 milhões de doses em setembro, depois só ofereceram 10 milhões, agora estão falando que tem 100 milhões para entregar. A gente nunca sabe desses números, precisamos ver qual a proposta concreta do governo brasileiro, e a Pfizer se manifestando com a quantidade que eles têm disponível e com que cronograma, se entregar no segundo semestre, a gente já vai ter produção nacional. Então precisamos de pronta-entrega”, disse.

O infectologista ainda acrescentou que “quanto mais a gente demora para vacinar, vamos acumulando mil mortes por dia, esses números não caem e vamos dando chances de o vírus ir circulando como está, de novas mutações irem aparecendo, e eventualmente essas variantes escaparem dessas vacinas que já se mostraram eficazes”, afirmou Kfouri.

Ex-presidente da Anvisa e médico sanitarista, Gonzalo Vecina afirmou que as doses disponibilizadas pela Pfizer ao Brasil, em sua opinião, serão baixas.

“Vamos supor que o governo aceite todas as condições que a Pfizer está impondo, quantas doses a Pfizer pode oferecer ao Brasil? Se a Pfizer oferecer algo em torno de 10 milhões de doses, fantástico; mas, abaixo disso, pode não ser tão representativo. Aceitamos as condições da Pfizer, mas quero saber quanto ela pode me entregar de doses, acho que eles têm muito pouca dose para entregar, porque já venderam”, disse Vecina.

A Associação Brasileira de Clínicas de Vacina informou, na última terça-feira (23), que todo novo imunizante registrado no Brasil aumenta as possibilidades de imunização da população brasileira, mas ressaltou que “a prioridade para aquisição de doses de qualquer vacina contra a Covid-19 deve ser do governo federal, para utilização de acordo com o plano nacional”.

“As clínicas associadas à ABCVAC aguardam a disponibilidade de doses para aquisição pelo setor privado de vacinação humana, para poderem atuar, como sempre fizeram, de forma complementar ao Programa Nacional de Imunização”, afirmou a associação em nota enviada à CNN.

Renato Kfouri explicou que, após o registro de um imunizante em definitivo pela Anvisa, ele pode ser comprado por qualquer entidade, mas que esta divisão nem sempre é a correta.

“O laboratório pode vender para a clínica privada, pode vender para empresas, estados e municípios, o que não é o melhor cenário. O ideal seria o Programa Nacional de Imunizações ter protagonismo no recebimento, na distribuição, definir as políticas, prioridades e os grupos. Senão, cria oportunidades de vacinação desproporcional dentro do país, para quem puder comprar”, diz.

De acordo com dados divulgados pela Anivsa, a primeira vacina que recebeu registro definitivo no Brasil é desenvolvida pela empresa Biontech em parceria com a Pfizer, seu registro foi solicitado pela empresa Wyeth (divisão de vacinas da Pfizer) e a imunização ativa é para prevenir a Covid-19, em indivíduos com 16 anos ou mais.

A aplicação é realizada em uma dose de 0,3ml intramuscular (Im) seguida por uma segunda dose de 0,3mL, 21 dias após a aplicação da primeira dose.

A Anvisa destacou que a vacina não deve ser administrada a indivíduos com hipersensibilidade ao princípio ativo ou a qualquer um dos excipientes da vacina.

De acordo com a Anvisa, as reações causadas após a aplicação da vacina da Pfizer tiveram curta duração.

“A reação local mais comumente mencionada foi dor no local da injeção. Os eventos sistêmicos mais comumente relatados são fadiga, cefaleia, dor muscular e nas articulações e calafrios. Não observamos nenhuma reação mais grave”, afirmou Gustavo Mendes, membro da equipe técnica da Anvisa.

Em dezembro, os Estados Unidos reportaram que seis pessoas apresentaram grave reação após receberem o imunizante da Pfizer.

De acordo com o coordenador dos testes da Pfizer no Brasil, Cristiano Zerbini, esses casos são pontuais e não devem ser considerados para todas as pessoas, exceto quem já têm histórico de alergias graves. “Essas pessoas que tiveram reações alérgicas já tinham um passado de alergia importante, inclusive alergias a outras vacinas”, explicou.

“Recomenda-se que quem tenha histórico de alergia tome a vacina, mas em clínicas, onde existem recursos para ajudar essas pessoas em caso de algum quadro mais importante de alergia”, completou o médico.

“Mas, de forma geral, não houve nenhum caso importante de efeito grave com a vacina. As vacinas precisam ser tomadas. O único remédio contra a Covid-19 é a vacina.”

CNN Brasil 

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