Bia Kicis nega ser radical

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Foto: Reprodução

Ciente de que só conseguirá se firmar como presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara se demonstrar serenidade na condução dos trabalhos, a deputada Bia Kicis (PSL-DF) promete uma mudança de estilo. A bolsonarista dá lugar a uma postura mais serena, trazendo de volta a mestre de Reiki (terapia japonesa para relaxamento e autoconhecimento) que a tornou conhecida antes do ingresso na política. “Não adianta querer levar a CCJ aos trancos e barrancos, com imposição de pauta. Vamos trabalhar com diálogo”, disse ao Correio. Confira trechos da entrevista.

Como vê sua eleição? Foi difícil e polêmica. Que lição a senhora leva dessa disputa?
Meu único foco era conseguir chegar à presidência da CCJ. Quando vi o que estava acontecendo, fui buscar a solução. Para isso, conversei com o presidente Arthur Lira (PP-AL), e ele me sugeriu submergir. Logo vi que tudo dependeria da minha resiliência, da paciência e da capacidade de atravessar este momento tormentoso. Foi um aprendizado muito rico, que me abriu muitas portas. Percebi a importância desse dialogo, de manter a porta aberta porque, no Parlamento, você não faz nada sozinho.

Sua imagem é de uma pessoa radical. Essa Bia mudou?
Essa Bia nunca existiu. Quando se é combativo pela esquerda, você é aguerrido, luta pelos seus ideais, é democrata. Quando é pela direita, você é extremista, extrema direita radical. Me chama de radical extremista quem não me conhece. Quem me conhece sabe que sou uma pessoa do diálogo. A imagem que a gente deixa transparecer, muitas vezes, não é aquilo que a gente é.

Qual é a sua prioridade no comando da comissão, uma vez que é o presidente que faz a pauta?
Minha prioridade é conseguir que a CCJ seja eficiente, seja célere onde precisar ser célere, paute projetos que façam a diferença para o país. Menos projetos de dar nome a rua e mais projetos que representem uma mudança na vida do brasileiro.

E as reformas?
Posso dizer que a principal bandeira da CCJ será a aprovação célere da reforma administrativa. Evidentemente, analisaremos a admissibilidade dessa PEC, que está aqui na CCJ. Depois, será formada uma comissão especial, na qual haverá um amplo debate do seu mérito. Distribuirei a relatoria dessa PEC para uma pessoa que terá de se comprometer com a celeridade.

Em relação às outras pautas, quais levará adiante?
Estou dando preferência por ouvir os parlamentares. Tenho recebido pedidos. Alguns me procuraram, outros estão me mandando mensagem querendo conversar, e eu quero ouvir o que cada partido acha importante para gente poder, de forma bem criteriosa, distribuir as relatorias, pautar os projetos de acordo com os interesses, levando-se em consideração exatamente a proporcionalidade que está prevista no nosso regimento.

A senhora é ligada ao presidente Jair Bolsonaro. O governo tem uma pauta ideológica, que ficou travada durante dois anos. Vai destravar ou vai ouvir primeiro os outros partidos?
Todo mundo será ouvido e terá vez, inclusive os conservadores. Não é se vou pautar projetos do PSol, do PCdoB, do PT. Por que não pautaria projetos da base do governo, do PSL, da ala mais ideológica? Mas isso não será o carro-chefe da CCJ. O carro-chefe serão aquelas pautas que têm maior premência. Por exemplo: sabemos que, entre as pautas conservadoras, o governo priorizou o home schooling. Então, havendo projeto de home schooling na CCJ, darei preferência sobre outros. Há deputados que estão me procurando para que eu paute projetos de combate ao ativismo no Judiciário. Não adianta querer levar a CCJ aos trancos e barrancos, com imposição de pauta, com imposição de ideologia. Não vai funcionar dessa forma.

Há uma polêmica em relação à questão das armas, uma prioridade absoluta do presidente Bolsonaro. Mas esse assunto é muito controverso.
Esse seria um projeto que teria muito gosto em pautar, mas preferiria pautar num momento em que a gente conseguisse construir uma maioria. Não adianta pautar para perder. Terei que observar o momento ideal.

Com relação ao Distrito Federal, seu nome é sempre citado para cargos majoritários. No governo, muita gente fala: “a gente tem a Bia”. A senhora tem interesse em voos mais altos na política?
Tenho uma ambição, que é de terminar esse mandato com meu nome apto a qualquer voo que eu queira fazer. Fico muito feliz com o retorno que recebo, o carinho imenso da população do DF. Mas prefiro não definir qual será o caminho, porque não tenho uma convicção formada.

O ex-presidente Lula voltou à ativa e tachou o governo de desgoverno devido à forma como conduz a pandemia. Tivemos 2.286 pessoas mortas, em 24h, e a vacinação está devagar perto de outros países. Como a senhora avalia o discurso do ex-presidente?
Não posso esperar outra coisa dele, uma pessoa habituada a mentir, a falar de acordo com seus interesses. A gente vê que, no mundo inteiro, existe muita dificuldade para lidar com a pandemia. Vê pessoas tentando fazer o lockdown, vê que não funciona. Ninguém tem certeza de nada, mas usam essa pandemia de forma política para invocar uma ciência que não existe como uma verdade absoluta.

O Brasil tornou-se o epicentro por causa do número de casos e de mortes. Não denota que houve falha do governo?
Gostaria de saber qual critério que se adotou para dizer que o Brasil é o epicentro.

Número de mortos e de casos.
Temos que tomar o número de mortos relativamente ao tamanho da população do Brasil, e não é isso que se faz. Vai computar o número de mortos e computa o número absoluto da população. Isso é um absurdo. O Brasil está, se não me, engano em 26º em número de mortos, e quando você pega o número absoluto passa a ser o segundo. O presidente sempre quis salvar vidas e empregos porque, quando salva emprego, também salva vidas. As pessoas estão morrendo não só de covid. Isso é uma grande mentira. As pessoas morrem de outras doenças e morrem de fome, de desespero, por suicídio. O presidente tem investido uma fortuna do governo federal para os estados e municípios e temos gestores que desviam esse dinheiro. Pagar conta de servidor é culpa do presidente?

E o inquérito das fake news no Supremo Tribunal Federal?
Um inquérito que é totalmente contrário às normas de percepção penal do país, um inquérito que não contribui em nada para a imagem da Corte. Em algum momento, a gente espera que seja arquivado. Não existe essa história de fake news, não existe nem esse conceito legal. Como você vai investigar um crime que não existe? O outro, dos atos antidemocráticos, a Polícia Federal fez relatório, diz que não tem o menor indício. Estou esperando que se arquive. Felizmente, isso não foi forte o suficiente para atrapalhar minha eleição na CCJ, porque acho que, no fundo, todo mundo sabe que não existe crime, nem ato antidemocrático nenhum da minha parte.

Correio Braziliense

 

 

 

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