Bolsonaro critica prisão de golpista boliviana

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo

O presidente Jair Bolsonaro classificou como “totalmente descabidas” as acusações que levaram à prisão da ex-presidente interina da Bolívia Jeanine Áñez e ex-ministros de seu governo. Em discurso nesta manhã durante cúpula on-line do Prosul (Fórum para o Progresso e Desenvolvimento da América do Sul), Bolsonaro clamou aos mandatários de outros países do bloco que promovam a democracia e a liberdade.

“A defesa e promoção da democracia são princípios basilares do Prosul”, disse. “Nos preocupam acontecimentos em curso na Bolívia, onde a ex-presidente e outras autoridades foram presas. Acusações de suposta participação em golpe na Bolívia nos parecem totalmente descabidas”.

Áñez e cinco de seus ministros são investigados por envolvimento na derrubada do ex-presidente Evo Morales, em 2019, sob acusação de conspiração, insurreição e terrorismo. “Esperamos que a Bolívia mantenha em vigência o estado de Direito e a convivência democrática”, finalizou Bolsonaro.

Durante o discurso, o presidente também afirmou que os efeitos sociais da pandemia são mais graves para países do bloco, em que “muitas pessoas precisam buscar seu sustento na informalidade”. Na linha do que defenderam outros presidentes, Bolsonaro apelou para que organismos internacionais como o Bid (Banco Interamericano de Desenvolvimento) garantam apoio para que os governos combatam a doença e seus efeitos na Economia.

“Um dos grandes desafios do pós-pandemia será financiar o desenvolvimento sustentado de nossos países. Me junto ao apelo para organismos financeiros internacionais para que apoiem nossos esforços de enfrentamento da pandemia”, discursou o mandatário brasileiro, garantindo interesse especial em projetos de infraestrutura e de desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Ao citar iniciativas do governo brasileiro por ocasião da pandemia, Bolsonaro citou o auxílio emergencial como “um dos maiores programas sociais do mundo”, que chegou a 67 milhões de pessoas. “Já pagamos mais de 50 bilhões de dólares, trabalhamos para estender por mais alguns meses [o auxílio]”, relatou. “A covid teve enorme impacto fiscal no Brasil, equivalente a 8,6% do nosso PIB”.

Bolsonaro ressaltou que o Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou “rápida e substantiva” a resposta do Brasil na pandemia e ponderou que as projeções sobre o PIB em 2020 eram menos otimistas: “Em 2020, o PIB brasileiro caiu 4,1%, menos da metade do projetado por especialistas”.

Bolsonaro garantiu ainda que o país está empenhado em aprovar mudanças estruturais que “irão garantir crescimento sustentado da nossa Economia”, citando as reformas administrativa, tributária, nova lei de falências e a privatização de estatais.

Valor Econômico