Brasil nunca fez isolamento de verdade contra covid
Foto: Kaio Lakaio/VEJA
Em meio ao recrudescimento da pandemia da Covid-19 em todo o país, governadores têm defendido que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, fixe regras para uma política de isolamento social nacional como forma de conter o avanço do novo coronavírus.
Embora a política seja recomendada pelas autoridades de saúde e adotadas pela maioria dos governantes dos países mais comprometidos no combate à doença, o isolamento social no Brasil nunca atingiu o mínimo necessário defendido pelos infectologistas para conter o vírus.
Na última sexta-feira, 26, a taxa média nacional estava em 31,1%, segundo levantamento diário da plataforma Inloco, que utiliza dados de celulares para monitorar a adesão da população ao isolamento social — muito abaixo do indicador de 70% apontado pelos especialistas como o mínimo para provocar algum efeito na contenção da transmissão.
Pior: o Brasil nunca alcançou esse índice de 70% desde que o isolamento social passou a ser adotado por estados e municípios, em março do ano passado. A maior taxa alcançada ocorreu no dia 23 daquele mês, quando ela chegou a 62,2%.
Neste ano, a taxa só passou de 50% aos domingos – quando normalmente há menos pessoas circulando nas ruas porque é um dia de descanso para a grande maioria dos trabalhadores. Mesmo assim, no último domingo, 28, ela ficou em 46,6%.
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