Brasil perdeu 70 mil lojas durante a pandemia

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Foto: Pedro Vilela/Getty Images/Getty Images

A despeito de um crescimento modesto nas vendas, de 1,2%, em um ano de tantas perdas para a economia, o comércio varejista não tem muito o que comemorar. Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, a CNC, o Brasil registrou um saldo negativo de 75,2 mil estabelecimentos entre aberturas e fechamentos de lojas em 2020. É a maior retração para o setor desde 2016, quando o país agonizava os efeitos da maior recessão de sua história recente em decorrência de uma crise de política interna — à época, o déficit foi de 105,3 mil unidades. O nível de ocupação no setor também sofreu com isso. O encerramento das atividades do varejo pelo país causou uma inflexão no mercado de trabalho, com 25,7 mil vagas formais perdidas no decorrer do ano passado.

Embora os números sejam desoladores, é possível olhar pelo lado positivo. Explica-se: como o governo anunciou medidas de proteção aos empregos, auxílio emergencial para desempregados e trabalhadores informais e programa de financiamento para capital de giro com taxas de juros baixas, o setor viu suas perdas serem amenizadas no segundo semestre. Se nos seis primeiros meses do ano, quando ocorram as medidas de circulação mais drásticas, o comércio varejista perdeu 62,1 mil estabelecimentos, na segunda metade do ano esse número diluiu-se para “apenas” 13,1 mil lojas fechadas.

“O processo de recuperação da economia na segunda metade do ano viabilizou que o saldo não fosse tão negativo quanto em 2016”, diz Fabio Bentes, economista-sênior da CNC. “No caso do emprego, o varejo fechou no vermelho, com 25 mil postos de trabalho a menos. Sem essas medidas do governo, a gente estaria falando de ao menos uma centena de milhares de empregos perdidos no ano.”

Dentre as atividades, algumas se adaptaram melhor que outras em relação aos novos hábitos de consumo, em que há maior predileção a compras no comércio eletrônico. Exemplo malsucedido dessa troca, o varejo de vestuário, calçados e acessórios foi o que mais sofreu em 2020, amargando um saldo negativo de 22,29 mil estabelecimentos entre aberturas e encerramento das atividades. O segmento lidera com folga a lista, seguido por hiper, super e minimercados, que perderam 14,38 mil unidades, e pelas lojas de utilidades domésticas e eletroeletrônicos (-13,31 mil). “O volume de lojas de vestuário está mais concentrado nos shopping centers. Por mais que tenha ocorrido um processo de reabertura da economia, o consumidor ficou mais receoso de circular em ambientes fechados, o que prejudicou esse mercado”, diz Bentes. “Outro fator negativo é que o consumo de roupas e calçados não é essencial como medicamentos, alimentos ou combustíveis.”

Para 2021, a entidade traçou três cenários possíveis para a recuperação do varejo. Os quadros levam em consideração o grau de isolamento da população, que pode variar para cima ou para baixo dependendo da velocidade da taxa de imunização do brasileiro ao longo do ano. No cenário básico, levando-se em conta a defasagem existente entre o crescimento das vendas e a natural contrapartida na abertura de novos pontos de venda pelo país, a CNC estima que as vendas avancem 5,9% em relação a 2020, e o setor seja capaz de reabrir 16,7 mil pontos de venda este ano.

Em um cenário alternativo mais otimista, no qual o isolamento social retornaria aos níveis pré-pandêmicos (30% da população), o volume de vendas cresceria 8,7% ante 2020 e 29,8 mil lojas seriam abertas ao longo do ano. Por fim, em um quadro mais pessimista, no qual o confinamento da população se mantenha ligeiramente abaixo do patamar observado em dezembro do ano passado, o saldo entre abertura e fechamento de lojas neste ano seria ligeiramente positivo: 9,1 mil unidades.

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