Governo Bolsonaro pode ter planejado motim policial na Bahia

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Foto: Reprodução e Divulgação/SSP

Promovido na segunda-feira por bolsonaristas nas redes sociais, o estímulo a um motim da Polícia Militar na Bahia, após morte de um policial que entrou em surto, visa a alimentar a desordem com objetivos políticos e desviar o foco das cobranças que o governo federal vem sofrendo, segundo analistas ouvidos pelo GLOBO.

O policial Wesley Góes foi baleado e morto, no domingo à noite, por agentes de segurança após passar horas dando tiros para o alto com um fuzil e gritando palavras de ordem em frente ao Farol da Barra, em Salvador.

Melina Risso, diretora do Instituto Igarapé, define como “oportunismo” o modo com que a morte do soldado foi enaltecida e abordada pelos bolsonaristas.

— A gente vê oportunistas se aproveitando de um episódio muito complexo para incentivar motins. Tivemos supostamente um soldado num surto psicótico, que envolve toda a questão de saúde mental dos policiais, que é um tabu. Usaram um caso isolado para instalar a desordem — diz ela.

Risso diz que o episódio se tratou de “diversionismo” para desviar o foco dos problemas enfrentados por Bolsonaro na pandemia e sua queda da popularidade.

José Vicente Tavares, professor de sociologia da UFRGS e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, define o enaltecimento do policial morto, feito pela deputada Bia Kicis (PSL-DF) e outros bolsonaristas, como “milicianismo”:

— É o incentivo de ações ilegais da polícia, a ideia de reforçar uma política de confronto que não respeita as regras da democracia. Incitar um motim é instrumentalizar setores da sociedade para fins políticos. As forças democráticas precisam agir para mostrar essa tentativa de destruir as regras do jogo — diz ele.

Tavares diz que a politização das polícias ganhou eco na direita radical, principalmente entre apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Em fevereiro de 2020, bolsonaristas apoiaram um motim de parte da Polícia Militar no Ceará.

Para Felippe Angeli, coordenador de advocacy do Instituto Sou da Paz, a politização crescente das polícias coloca em risco a democracia, uma vez que agentes que detêm o monopólio do uso da violência começam a se confundir com atores políticos. Angeli diz que as polícias precisam ser preservadas da politização para manter seu “dever constitucional de persecução criminal independente”.

— A gente fica preocupado com essa extrema politização porque o presidente foi o primeiro a falar em uso de armas de fogo contra decretos na pandemia — diz.

Na narrativa bolsonarista, o policial morto estaria protestando contra medidas de isolamento adotadas pelo governo baiano, o que não foi comprovado.

O Globo

 

 

 

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