Lula põe à prova fidelidade de deputados a Bolsonaro

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Foto: Evaristo Sá/AFP

Drigentes partidários aliados a Jair Bolsonaro avaliam que a anulação das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ser encarada como uma boa notícia. Com o fortalecimento da polarização entre os dois em 2022, esperam vantagem para o atual titular do Palácio do Planalto. Mas o sentimento que predomina no “baixo clero” do Congresso, especialmente nas bancadas do Nordeste, é diferente.

Deputados ouvidos pelo GLOBO temem que ficar contra Lula seja um suicídio eleitoral no ano que vem. Mesmo se o petista não conseguir se eleger presidente, deputados preveem que seu apoio será definidor nas eleições para o Congresso Nacional, como um relevante cabo eleitoral.

O deputado Hildo Rocha (MDB-MA) disse que teve acesso a pesquisas recentes em que Lula ultrapassa 70% de preferência do eleitorado no Maranhão. Para ele, a partir de julho do ano que vem, Bolsonaro terá muito menos apelo eleitoral para os deputados do que Lula, que deve articular alianças com prefeitos e candidatos nos estados.

— Sendo candidato, Lula consegue neutralizar alguns deputados, sem dúvida nenhuma, no Maranhão. Inclusive aliados do Bolsonaro.

O discurso de Lula nesta quarta-feira, em que fez duras críticas ao governo, foi interpretado como impactante até entre líderes do Centrão. O senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP, disse ter ficado “surpreendido”. Para ele, Lula está “em forma”.

A expectativa dos deputados das bancadas do Nordeste é que o Centrão siga na base do governo, demonstrando fidelidade em votações. À medida que a eleição se aproximar, porém, colar a imagem à de Bolsonaro pode se tornar cada vez menos desejável para quem quer se reeleger.

As composições políticas com o PT voltam a ganhar força, dizem os parlamentares, e o próprio partido pode crescer. A volta de Lula ao páreo eleitoral deve aumentar a pressão para que Bolsonaro crie um programa para substituir o Bolsa Família, medida que pode aumentar sua popularidade em estados do Nordeste, onde Lula ainda tem força relevante.

— Criando um programa de transferência de renda para chamar de seu, Bolsonaro vai disputar de igual para igual — avalia o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE).

No Ceará, a avaliação é que Camilo Santana, governador petista, não conseguirá ficar “em cima do muro” entre o PT e Ciro Gomes, como fez na eleição de 2018. Deputados bolsonaristas devem ficar neutros no primeiro turno para não desagradar o clã Ferreira Gomes, que tem força no estado, e também não se desgastarem com a associação a Bolsonaro.

Ressoaram entre os cearenses as críticas feitas por Lula a Ciro Gomes em seu discurso. Disse que o pedetista se enxerga como “professor de Deus”. “Não é possível alguém passar a ideia de que é tão inteligente, de que lê tanto, e ter as atitudes ignorantes que ele tem”, afirmou. No estado, a polarização deve ser entre Ciro e Lula em 2022.

O deputado Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) diz que, na Paraíba, a decisão que tornou Lula elegível diminui muito a chance de terceira via:

— Eu conversei com alguns prefeitos do sertão, e nesses municípios não tem nem graça. Lula vai tomar conta de tudo. Ele é muito forte, e sobretudo com esse cenário do fim do auxílio, Lula traz muita força. E me deixou até atordoado, porque pra quem quer construir uma terceira via, praticamente não tem mais espaço — comenta o deputado.

Para ele, a única esperança do centro é se unir em torno de um único nome, mostrando um projeto político unificado. Ele integra uma ala do PSDB que defende que não necessariamente seja lançado um tucano à Presidência, ainda que defenda o nome de Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul.

Embora uma aliança com siglas de centro-direita não esteja no horizonte, petistas esperam que em 2022 possam angariar apoio de lideranças regionais no Nordeste. Os governadores de Alagoas, Renan Filho (MDB), e do Pará, Helder Barbalho (MDB), são citados como nomes com quem o PT tem bom diálogo.

O Globo

 

 

 

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