Novo ministro elogia Pazuello e culpa o povo pela tragédia na pandemia

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Foto: Reprodução

Indicado para assumir o Ministério da Saúde, o médico cardiologista Marcelo Queiroga criticou a atitude da população na pandemia de covid-19 e disse que “não adianta esperar que o governo federal resolva tudo”.
“Não adianta o governo recomendar uso de máscara, que é simples, e as pessoas não terem condições de aderir. O governo recomenda o fim de aglomerações fúteis e as pessoas ficam fazendo festa. Não adianta esperar que o governo resolva tudo”, criticou Queiroga. Então, ele exortou união nacional e pediu maior compromisso da população nos esforços de prevenção.

Ao lado do atual ministro Eduardo Pazuello, ele falou a jornalistas nesta manhã na Fundação Oswaldo Cruz, no Rio, após cerimônia de entrega do primeiro lote, com 500 mil doses, da vacina de Oxford/AstraZeneca produzida no Brasil com IFA importado da China.

Queiroga afirmou que pretende reduzir o número recorde de óbitos do país a partir de isolamento social “próprio” — ou seja, recomendado, mas não obrigado pelo governo — e com a melhora dos serviços hospitalares da rede pública, o que passaria por “mais oferta de telemedicina para diagnóstico, atenção à distribuição de oxigênio e ventiladores e unificação de protocolos para tratamento de urgência”.
Por mais de uma vez, o civil escolhido por Bolsonaro para assumir a função de Pazuello defendeu a gestão anterior da pasta e a política do Planalto. Ele disse a sociedade brasileira “reconhece” os resultados do trabalho de Pazuello e que sua estratégia será a mesma, envolvendo a distribuição das mais de 500 milhões de doses contratadas pelo governo federal até aqui.

Repetido com frequência por membros do governo, o número é uma referência a doses previstas em contratos, mas ainda não entregues ou sequer produzidas.

Questionado se terá autonomia para montar seu ministério e agir na pandemia, Queiroga foi dúbio. “A política pública colocada no governo não só em relação à Saúde, mas outros ministérios, é a política do presidente eleito pela maioria dos brasileiros. O presidente dá autonomia, mas cobra resultados. Ele nos deu autonomia e faremos ajustes no momento adequado”, disse.

Queiroga afirmou, ainda, que devido à capacidade de mutação do vírus, é provável que o país tenha de realizar novas campanhas de vacinação a cada ano. Para esse esforço ele destacou a importância da capacidade de produção nacional do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) da vacina de Oxford/AstraZeneca pela Fiocruz.

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