Psiquiatra Forense diz que Bolsonaro é um psicopata clássico

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Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

“Personalidades Psicopáticas” é o título no Brasil do livro “Die Psychopathischen Persönlichkeiten”, de Kurt Schneider, psiquiatra alemão. A obra rendeu-lhe reconhecimento e a alcunha de “pai dos psicopatas”.

É ótima fonte para decifrar distúrbios de personalidade em tempos tensos, como os desta pandemia. Suas descrições tipológicas baseiam o diagnóstico de desvios de comportamento social, resultados da ausência de sentimentos de piedade, compaixão e altruísmo; da falta de valores éticos-morais; e da incapacidade de se reconhecer culpado. São indivíduos sem remorso e arrependimento.

Schneider destaca características de personalidades anormais. Carentes de compaixão, toscos em regra, anestesiados de senso moral. Frente ao sofrimento alheio, à morte de milhares de pessoas, não medem palavras, como “eu não sou coveiro”, “chega de frescura” e “vai ficar chorando até quando?”. Não há ressonância afetiva com a dor alheia.

Por vaidade exagerada, se acham acima de tudo, de todos. Não toleram contrariedades: reagem com expressões “quem manda aqui sou eu”, “eu sou o chefe supremo”, “faço o que quero” e outras ególatras.

São agressivos, mal-educados e provocadores. Kurt Schneider menciona que esses sujeitos oferecem dificuldades particulares em circunstâncias militares. O desacato e a desobediência são marcas da carreira. A ​insubordinação/mau comportamento redundam em prisão, expulsão ou abandono (“Las personalidades psicopáticas”; Madrid: Morata, 1974, p. 166).

Eles são pouco inteligentes. Schneider chama-os de “antissociais que, por regra, associam-se aos oligofrênicos” (ibidem, p. 169). A inteligência limítrofe ou seletiva leva-os a praticar atos bizarros, de turrice e teimosia. O foco: o benefício próprio. Se voltarem atrás, não é por reconhecer o erro, mas estratégia momentânea. Rancorosos e vingativos, em seguida, recidivam, até com virulência. São, por todo o quadro, de periculosidade social. Nada os detêm, salvo reprimenda enérgica, judicial e legal.

Kurt Schneider se refere a esses anormais com o termo psicopatia. Preferimos condutopatia (conduta patológica, transtorno de comportamento) por ser menos genérico e autoexplicativo.
Em cargos públicos, interessa-lhes o poder para escoar as condutopatias em louvor a si mesmos. Como chefia, são tiranos. Egoístas, colocam a própria vontade e a autoridade acima das leis e da Justiça.

É comum a psiquiatras discordâncias sob uma mesma doutrina. Porém, todos admitimos que psicopatas (condutopatas, para nós) não têm cura, já que a origem do mal é orgânica e irremovível. Não raro sofreram lesões cerebrais em fase intrauterina ou em tenra idade —etapa de acelerado desenvolvimento do sistema nervoso—, impactando a formação do órgão.

Em clínica, o diagnóstico é dado quando, frente a sinais/sintomas psíquicos, comportamentais e sociais, há história concreta de possível lesão do encéfalo, no estado fetal ou nos primeiros anos.
Tudo isso para falar do segundo nome do presidente Jair, Messias, dado pela mãe, Olinda Bonturi Bolsonaro, após gravidez complicada, atribuindo a Deus o nascimento.

Gravidezes complicadas são causas de sofrimento cerebral e de consequentes distúrbios de comportamento na adultícia —para Schneider e todos dedicados à psiquiatria.

Folha