Queiroga constrange Bolsonaro pregando que povo use máscaras

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Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta sexta-feira (26/3) que “máscaras são tão importante quanto vacinas” no combate à Covid-19.

Durante conversa com a imprensa, no Palácio do Planalto, o cardiologista pediu reflexão por parte da população durante o feriado de Semana Santa, a ser celebrado por religiosos na próxima semana, que antecede o feriado de Páscoa.

“É importante, nesse momento, todos usarem máscaras. Têm o poder de bloquear o vírus tão grande quanto a campanha de vacinação. Estamos nos aproximando de um feriado, que é a Semana Santa, e as pessoas devem fazer as suas reflexões, reflexão cristã, mas usando máscara, evitando aglomeração, evitando estar umas juntas às outras. É hora de combater a pandemia, é hora de diminuir a disseminação do vírus”, disse Queiroga após anúncio de que o governo federal está produzindo uma vacina 100% nacional

O ministro também disse que o uso de máscaras deve ser um esforço de toda a população, e comentou que, na época da Copa do Mundo, em 2018, o Brasil se uniu e se intitulou como “pátria da chuteira” e, agora, deve ser a “pátria de máscara”.

“É um pedido que eu faço a cada um dos brasileiros: usem a máscara. Nós, do governo, vamos trabalhar para ter um aporte de vacinas suficiente para imunizar a nossa população”, declarou.

Durante a coletiva, o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, anunciou que o governo federal entrou com um pedido na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que um imunizante 100% nacional tenha o aval do órgão.

Segundo o governo, o pedido foi feito às 13h23 de quinta-feira (25/3), um dia antes de o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, anunciar a criação da Butanvac, imunizante contra a Covid-19 produzido no Brasil.

Segundo Pontes, a proximidade entre os pedidos se trata de uma “coincidência”, mas ressaltou que as duas vacinas são boas para o país. “A gente precisa ter várias vacinas nacionais”, disse.

“É uma estratégia extremamente importante para o país o desenvolvimento de uma vacina nacional. […] A gente viu as dificuldades todas que nós tivemos para a importação, é uma estratégia que segue em paralelo, extremamente importante para o país”, disse o ministro, ressaltando também a importância da “soberania nacional”.

De acordo com o Ministério das Comunicações, “os resultados dos estudos não clínicos (toxicidade e imunogenicidade) obtidos até o momento demonstram qualidade e competitividade para ser um sucesso nacional e global no controle da Covid-19”.

Segundo a pasta, a vacina demonstrou capacidade de ativar todo o sistema imunológico – imunidade humoral, celular e inata, induzir memória imunológica e proteção de longo prazo.

O imunizante é fruto do financiamento da pesquisa coordenada pelo pesquisador Célio Lopes Silva em parceria com a empresa brasileira Farmacore Biotecnologia e a PDS Biotechnology Corporation.

Após anunciar a criação da vacina Butanvac, o Instituto Butantan afirmou que, ainda nesta sexta, pedirá autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que os estudos clínicos em voluntários sejam iniciados.

“Protocolaremos esse material ainda hoje, e vamos dialogar intensamente com a Anvisa para que ela perceba a importância da autorização do início desses estudos clínicos o mais rapidamente possível, para que possamos em um mês e meio, dois meses e meio, terminar essa fase de avaliação clínica e iniciar a produção”, afirmou o diretor do Butantan, Dimas Covas.

A expectativa é de que, assim que a Anvisa dê aval ao imunizante, os testes comecem já em abril, com aplicação na população a partir de julho.

A Butanvac foi desenvolvida pelo instituto, que lidera um consórcio internacional do qual é o principal produtor — 85% da capacidade total de fornecimento da vacina, se ela funcionar, sairão do órgão do governo paulista.

O Instituto Butantan também é o maior produtor de vacinas do país e já fornece a Coronavac, vacina desenvolvida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.

Em 10 de março, o então ministro da Saúde Eduardo Pazuello afirmou que a produção de um imunizante totalmente nacional deve ocorrer ainda no primeiro semestre deste ano.

“A notícia boa também é que dentro da encomenda tecnológica pela Fiocruz, da AstraZeneca, a produção dos insumos farmacológicos, os IFA, já acontecerão ao fim do primeiro semestre”, afirmou o general.

Metrópoles