Senado repudia gesto racista de assessor de Bolsonaro

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Foto: Alexandre de Gusmão

É só rever o vídeo, disponível em todas as redes sociais. Por mais que negue, o deputado estadual Fernando Cury (Cidadania) de fato apalpou os seios da deputada Isa Penna (PSOL) durante uma sessão da Assembleia Legislativa de São Paulo.

Pena pediu a cassação do mandato dele. O Conselho de Ética preferiu suspender o mandato de Cury por quatro meses. Durante esse tempo, ele não será remunerado. O caso será julgado em última instância pelo plenário da Assembleia.

Da mesma forma, e também por mais que ele negue, é só rever o vídeo e as fotos publicadas do gesto feito repetidas vezes por Filipe Martins, assessor de política internacional do presidente Jair Bolsonaro, durante sessão do Senado de ontem à tarde.

O gesto que une o indicador e o polegar de forma arredondada, e que pode ser lido como “ok”, mas também como “vai tomar no c.”, foi adotado por grupos extremistas da supremacia branca nos Estados Unidos e é tido naquele país como uma expressão de ódio.

Martins foi ao Senado como acompanhante do ministro Ernesto Araújo, das Relações Exteriores. O ministro foi massacrado por senadores que criticaram o seu desempenho e exigiram sua demissão. Com o gesto, Martins mostrou o seu desagrado.

E pior: o fez no momento em que Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado, lia seu discurso. Alertado por colegas, Pacheco mandou que a polícia da Casa abrisse inquérito e ouvisse Martins. Se depender dele, Martins será demitido do governo.

Dificilmente será. Bolsonaro gosta dele. Só viaja ao exterior levando-o junto. É Martins que orienta suas falas nessas ocasiões. Amigo dos filhos do presidente é um reconhecido expoente da chamada ala ideológica do governo.

Cândida e debochada explicação oferecida por Martins para seu gesto: “Eu estava apenas ajeitando a lapela do meu terno”.

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