Após falas golpistas, Braga Netto defende a Constituição

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Foto: Alan Santos/Palácio do Planalto

Depois que a intervenção do presidente Jair Bolsonaro no comando das três forças militares acirrou o ambiente de tensão política e gerou inquietação social, o novo ministro da Defesa, Walter Braga Netto, reafirmou ontem o compromisso com a ordem democrática e a Constituição Federal no discurso de apresentação dos novos comandantes.

“A Marinha do Brasil, o Exército e a Força Aérea Brasileira se mantêm fiéis às suas missões constitucionais de defender a pátria, garantir os poderes constitucionais e as liberdades democráticas”, afirmou Braga Netto. “O maior patrimônio de uma nação é a garantia da democracia e da liberdade de seu povo”, reforçou.

O general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira é o novo comandante do Exército; o almirante de Esquadra Almir Garnier Santos é o novo comandante da Marinha; e o tenente-brigadeiro do Ar Carlos Almeida Baptista Júnior é o novo comandante da Aeronáutica.

Os nomes foram divulgados 24 horas depois após a reunião com Braga Netto que selou a demissão conjunta dos antecessores nos cargos, o general Edson Pujol, o almirante Iques Barbosa, e o brigadeiro Antônio Carlos Bermudez, e deixou a cúpula militar acéfala. O ex-ministro Fernando Azevedo e Silva foi demitido por Bolsonaro na segunda-feira, num gesto que surpreendeu o então titular da Defesa.

Braga Netto aproveitou o discurso para rebater, de forma velada, as críticas recebidas à mensagem divulgada em alusão ao aniversário de 57 anos do golpe militar de 31 de março de 1964, na qual observou que a data deveria ser celebrada. Na manifestação de ontem, o novo ministro da Defesa ressaltou que os militares sempre estão a serviço da sociedade. “Os militares não faltaram no passado e não faltarão sempre que o país precisar”.

O novo ministro afirmou que as Forças Armadas são fatores de “integração nacional”, e têm atuado no combate à pandemia na área de logística, transportando equipamentos de proteção e oxigênio, evacuando pacientes de Manaus para todo o país, e levando vacinas a povos indígenas em áreas remotas.

Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, novo comandante do Exército, era o terceiro nome da lista tríplice confeccionada pela força terrestre e enviada à Presidência da República para escolha de Bolsonaro. Portanto, sua indicação atendeu ao critério de antiguidade, que tem sido observado na lista sucessória dos comandantes.

O nome preferido de Bolsonaro para o lugar de Pujol era o do comandante militar do Nordeste, Marco Antônio Freire Gomes. Insistir nessa indicação, entretanto, significaria esticar a corda com a força verde-oliva, porque Freire Gomes não aparece na lista de antiguidade. Além de afastar Pujol, Bolsonaro teria que romper com a tradição para emplacar seu preferido.

Uma fonte do Alto Comando do Exército rechaçou ao Valor os rumores de que Bolsonaro teria resistência ao nome de Paulo Sérgio, porque o então chefe do Departamento-Geral de Pessoal do Exército defendeu, em uma entrevista ao jornal “Correio Braziliense”, o respeito ao protocolo sanitário de enfrentamento da pandemia defendido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Naquela entrevista, o general Paulo Sérgio afirmou que os quartéis estavam preservados da contaminação pelo coronavírus porque o Exército seguia os protocolos rígidos de prevenção, como uso de máscaras, higienização das mãos, e distanciamento social. “Todas as medidas sanitárias, diretrizes emanadas pela Organização Mundial da Saúde, são rigorosamente cumpridas em nossos quartéis; foi uma coisa muito disciplinada, no uso da máscara, no afastamento social nos refeitórios, nos dormitórios”, disse o general na entrevista publicada no domingo.

Nos bastidores, entretanto, o discurso irritou Bolsonaro, porque confronta com a retórica que vem sendo reiterada pelo presidente de que as medidas de distanciamento social prejudicam a economia.

Até então, o general Paulo Sérgio respondia pelo setor de Recursos Humanos do Exército. Egresso da infantaria, antes ele foi comandante militar do Norte, baseado em Belém, e responsável pela Amazônia Oriental, área que contempla Amapá, Maranhão e Pará.

O novo comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, era o segundo nome da lista tríplice encaminhada a Bolsonaro. Carioca de Cascadura, Garnier era o atual secretário-geral do Ministério da Defesa. Antes ele foi comandante do 2º Distrito Naval na Bahia, e nos governos anteriores, foi assessor especial dos ex-ministros da Defesa Celso Amorim, Jaques Wagner, Aldo Rebelo e Raul Jungmann.

Já o tenente-brigadeiro do Ar Baptista Júnior era o primeiro nome da lista tríplice enviada à Presidência pela Aeronáutica. Até então, ele exercia o cargo de comandante-geral de apoio logístico da Força Aérea Brasileira (FAB). Antes, esteve à frente do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA) e foi Chefe de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa na gestão do ministro Silva e Luna.

Baptista Júnior segue a trajetória do pai, Carlos de Almeida Baptista, que foi comandante da Aeronáutica entre 2000 e 2002 no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O pai do novo comandante da Aeronáutica também assumiu o comando da força em circunstâncias turbulentas.

No começo de 2000, o ex-presidente Fernando Henrique afastou o então comandante da Aeronáutica brigadeiro Walter Bräuer, acusado de quebra de hierarquia. Em meio à crise nas Forças Armadas, cerca de um mês depois, o então presidente demitiu o primeiro titular do Ministério da Defesa, criado em 1999: o político potiguar Élcio Alvares.

Os novos comandantes das forças militares são escolhidos e nomeados pelo presidente da República, que por atribuição constitucional, é o comandante supremo das Forças Armadas.

Valor Econômico

 

 

 

 

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