Bolsonaro volta a falar em “seu exército”

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Foto: Marcos Correa/PR/AFP

Depois de provocar nova crise ao trocar a cúpula do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, o presidente Jair Bolsonaro negou que as mudanças tivessem a intenção de politizar as Forças Armadas. Em transmissão ao vivo pelas redes sociais, nesta quinta-feira, 1.º, Bolsonaro usou novamente a expressão “meu Exército” e afirmou que governadores e prefeitos favoráveis a medidas restritivas para impedir a disseminação do coronavírus querem “mais do que estado de sítio”.

“Esse excesso de poder, de poder mais que absoluto, mais do que estado de sítio, de governadores e prefeitos. Isso realmente não dá para admitir”, criticou o presidente na live. “Eu quero repetir aqui: o meu Exército brasileiro não vai às ruas para agir contra o povo ou para fazer cumprir decreto de governadores ou prefeitos. Não vai. O meu Exército, enquanto eu for presidente, não vai. O que estão esperando acontecer?”, questionou.

Bolsonaro disse temer que “problemas sociais graves” ocorram no Brasil porque há uma “massa enorme de pessoas” com a geladeira vazia. “Há um sentimento, cada vez maior, de revolta. (…).Não dá para a gente admitir o que governadores estão fazendo. É um crime o que está acontecendo. (…) Não dá para a gente assistir passivamente isso aí”, insistiu.

Ao falar sobre as mudanças de chefes militares, Bolsonaro tentou amenizar a crise. “Três ministros foram trocados durante a semana e três foram remanejados. Vou falar um pouquinho apenas sobre o Ministério da Defesa, onde houve uma especulação enorme da mídia, né? (Disseram) ‘Está politizando… Quer fazer isso, quer fazer aquilo’. Curiosidade: quem era e quem é o ministro da Defesa? Ambos são generais de Exército. Do último posto da carreira. General de quatro estrelas. Vocês sabem, quem é da ativa não pode estar sequer filiado a qualquer partido político”, afirmou o presidente, distorcendo as críticas sobre politização das Forças Armadas.

Bolsonaro apresentou uma lista de nomes de ministros durante governos do PT. “No passado, a presidente Dilma (Rousseff) colocou o Jaques Wagner (hoje senador), do PT, para ser ministro da Defesa. Ela politizou ou eu politizei?”, perguntou. Depois, fez elogios ao novo ministro da Defesa, Walter Braga Netto – que substituiu Fernando Azevedo e Silva – e disse que ele é um general de “linha de frente, de combate”. Na tentativa de apaziguar os ânimos nas tropas, os elogios também foram dirigidos aos comandantes das três forças que deixaram os postos.

Em mais uma referência ao aniversário de 57 anos do golpe de 1964, Bolsonaro afirmou que “os democratas, de verdade, não apagam fotos ou fatos”. Nesta quarta-feira, 31, o presidente havia dito a mesma frase ao comentar, nas redes sociais, que um projeto do Congresso anulou, em 2013, a sessão legislativa que destituiu o então presidente João Goulart, em 1964.

“Ontem, como não vi nada na mídia, eu falei sobre o 31 de março. Por que ninguém deu pancada em mim? Por que a grande mídia não bateu em mim? Porque foi simples o que eu falei”, disse ele na live. “Em 2013, o Congresso Nacional, via projeto de decreto legislativo, anulou a sessão de 2 de abril de 64 que cassou João Goulart. Embaixo (do tuíte) eu escrevi: os democratas, de verdade, não apagam fotos ou fatos”, citou. Em defesa do período em que o País foi comandado por militares, Bolsonaro afirmou que “querem reescrever a história”.

Bolsonaro mostrou irritação com críticas de adversários e disse que a Constituição, no seu governo, não será violada. Nos últimos dias, diante das exigências do presidente para que as Forças Armadas se realinhassem na defesa de seu projeto político, houve interpretações de que ele queria aplicar medidas de exceção para impedir governadores e prefeitos de decretar lockdown. “Nosso jogo é dentro das quatro linhas da Constituição. Nós não vamos sair desse quadrado”, afirmou.

Ao criticar o fechamento do comércio e de escolas, por exemplo, Bolsonaro disse esperar que o Supremo Tribunal Federal “reveja certa decisões”. Na semana passada, por exemplo, o ministro Marco Aurélio Mello rejeitou ação do presidente contra os toques de recolher determinados por três governadores.

Nesta quinta-feira, Bolsonaro destacou que a “liberdade de culto é sagrada”, assim como o direito de ir e vir. Mais cedo, a Advocacia-Geral da União (AGU) enviou ao STF manifestação em defesa da suspensão de decretos locais que proíbam cultos, missas e atividades religiosas como forma de evitar a disseminação do coronavírus.

Ao lado do ministro da Cidadania, João Roma, Bolsonaro respondeu ao pedido do governador do Piauí, Wellington Dias (PT), sobre aumentar o valor do auxílio emergencial. “Você que está tirando emprego dessas pessoas, então você tem que se responsabilizar”, disse ele, em resposta ao governador.

A partir da semana que vem, o novo auxílio será pago em quatro parcelas de R$ 250. Há duas exceções: mulheres que são as únicas provedoras do lar receberão R$ 375 e pessoas que vivem só, R$ 150. Cerca de 45,6 milhões de pessoas deverão receber a nova rodada do benefício.

Em mais um ataque à imprensa, o presidente Jair Bolsonaro “parabenizou” jornalistas pelo Dia da Mentira, 1º de abril, na transmissão ao vivo desta quinta-feira pelas redes sociais. Bolsonaro citou nominalmente veículos jornalísticos e disse haver queda de lucro das empresas. Mais uma vez, o presidente reclamou de notícias que destacam aglomerações e a ausência de máscaras de proteção por parte dele em eventos públicos, mesmo com o País chegando perto de 4 mil mortes diárias pela covid-19.

Ao lado de Bolsonaro, o ministro da Cidadania, João Roma, o interrompeu um minuto para ponderar que era importante ele mencionar as exceções. “Nós, que defendemos a liberdade de imprensa, sabemos que a imprensa é livre”, afirmou Roma.

Estadão

 

 

 

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