Doria usa vacina do Butantan para crescer nas redes

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Foto: Reprodução/ O Globo

Em tom bem humorado, o personagem online do “João Vacinador”, utilizado desde a semana passada pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), marcou uma virada de chave nas redes sociais do governador, de acordo com dados da consultoria Arquimedes elaborados a pedido do GLOBO. Criada pelo próprio tucano e administrada junto a dois auxiliares, a estratégia virtual fez com que as mensagens em que Doria afirma que irá vacinar internautas — inclusive os próprios desafetos — alcançassem o terceiro maior pico de interações no Twitter dele este ano, atrás apenas das datas em que anunciou a produção das vacinas Coronavac e Butanvac, consideradas trunfos políticos contra o presidente Jair Bolsonaro.

Ao todo, entre curtidas e compartilhamentos, foram mais de 90,5 mil interações com a conta de Doria na plataforma em uma mesma data (segunda-feira passada, 29 de março). Antes disso, desde janeiro, houve somente outras duas altas tão expressivas: os dias 17 de janeiro (143,9 mil interações, a maioria sobre a Coronavac) e 26 de março (99,1 mil interações após o anúncio da Butanvac).

Apesar do êxito, a guinada nasceu de uma crise. Anunciada pela gestão de Doria como a primeira produzida exclusivamente pelo Brasil, a Butanvac utiliza, na verdade, tecnologia americana em sua fabricação. Revelada pelo jornal “Folha de S.Paulo”, a incoerência abriu brecha para ataques como o deputado estadual Frederico D’Ávila (PSL-SP), que chamou Doria de “o maior mentiroso da República”. O parlamentar foi o primeiro a receber do governador a resposta “Vou te vacinar também”. Doria passou a repetir a frase nas redes sociais, quase como um bordão, independentemente do que esteja dizendo o seu interlocutor.

Pessoas próximas ao político contam que ele, durante uma brecha na agenda do dia 29 de março, deparou-se com a mensagem de D’Ávila e resolveu respondê-lo sem delongas. Depois, fez o mesmo com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, por quem foi chamado de “Ditadória”. Aos poucos, passou a receber pedidos de usuários do Twitter e de outras plataformas para respondê-los afirmando que os vacinaria também e, a partir daí, começou a repetir a resposta entre um compromisso e outro, com pelo menos dois funcionários fazendo o mesmo.

Doria e a equipe responsável pela comunicação virtual do governador passam por um período de desânimo com o desempenho digital dele diante de ataques de apoiadores da família Bolsonaro e por críticas às medidas restritivas decretadas em meio à pandemia. O tucano é chamado diariamente na web pela alcunha de “calça apertada”, apelido ao qual o próprio Bolsonaro aderiu no fim do ano passado para se referir ao adversário político. Após ignorar a alcunha por mais de cinco meses, ela foi incorporada por Doria: “De calça apertada vacinando a todos”, ironizou ele em resposta a dezenas de bolsonaristas.

Para Pedro Bruzzi, sócio da Arquimedes, o impacto positivo da ação de Doria para promover a vacina pode não ser o suficiente para reverter o desgaste que ele sofre ao se expor ao julgamento da internet. Um exemplo é a hashtag #AgripinoDay, publicada no Twitter em alusão a Doria e ao Dia da Mentira (1º de abril) e turbinada com 174 mil menções, supostamente com o auxílio de robôs, de acordo com o monitoramento da ferramenta BotSentinel. Orgânica ou não, essa é uma marca que o próprio governador não atingiu com o conteúdo criado por seu time este ano.

— Apesar de o “João Vacinador” ter sido uma ação exitosa, gerando reações positivas no Twitter, no debate geral do dia ainda prevaleceram os ataques de bolsonaristas ao governador. Isso não é de hoje. Com o rompimento do BolsoDoria, logo em 2019, vimos que o tucano passou a ser alvo de ataques, o que piorou com a pandemia e chegou ao ápice com o presidente discursando na contramão da Coronavac, no ano passado — pontua Bruzzi, em referência ao episódio em que Bolsonaro afirmou, em outubro, que “não pagaria a vacina do Doria”.

O Globo

 

 

 

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