Ataques a Lula prejudicaram Ciro, mostra pesquisa

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Foto: Cristiano Mariz/VEJA

A entrada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na corrida presidencial de 2022, permitida pelo Supremo Tribunal Federal ao anular suas condenações na Operação Lava Jato, afetou particularmente o desempenho de Ciro Gomes (PDT) no levantamento exclusivo feito pelo Paraná Pesquisas a VEJA. Alternativa de centro-esquerda ao PT e terceiro colocado na eleição presidencial de 2018, quando recebeu 13,3 milhões de votos, Ciro perdeu o patamar de dois dígitos nas intenções de voto observado há dois meses, quando variava de 10% a 10,7% nos cenários sem Lula.

No novo levantamento do instituto, o pedetista oscila entre 6,2% e 6,9% das intenções de voto à Presidência da Repúbica nas quatro conjunturas em que Lula figura como candidato do PT – o petista tem de 29,3% a 30,2% nestes cenários e empata tecnicamente em todos eles com o presidente Jair Bolsonaro, que aparece à frente, como preferência de 32,7% a 34,5%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos (veja abaixo os quatro cenários).

Com três eleições presidenciais no currículo e desempenho em queda, Ciro Gomes passou agora a ombrear com os possíveis nomes ao Planalto que jamais disputaram o cargo mais alto da República. O ex-ministro e ex-governador do Ceará empata tecnicamente em todos os quatro cenários com o apresentador Luciano Huck (sem partido), que ainda não decidiu se vai entrar na disputa, e com o empresário João Amoêdo (Novo).

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), aparece no pelotão empatado com Ciro nos dois cenários em que teve o nome incluído, enquanto o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), também estão empatados com o pedetista nos únicos cenários em que seus nomes aparecem.

Apesar do momento de baixa, Ciro Gomes tem campo para avançar eleitoralmente. Lançando mão de uma estratégia que inclui acenos à centro-direita e a divulgação de vídeos críticos a Lula, produzidos pelo ex-marqueteiro do PT João Santana, o cearense parece à frente do ex-presidente, de Bolsonaro e Doria em relação ao número de eleitores que responderam que “poderiam votar” nele. Segundo a pesquisa, 42,1% dos entrevistados incluíram Ciro como possível candidato de escolha, número que é de 39,9% para o tucano, 28,7% para o petista e 23,7% para o presidente. Bolsonaro (26,7%) e Lula (22,3%) são os nomes com maior índice de brasileiros que “com certeza” votariam neles.

O Paraná Pesquisas entrevistou por meio de telefone (em entrevistas pessoais, sem o uso de robôs) 2.010 pessoas em 198 municípios de 26 Estados e o Distrito Federal entre os dias 30 de abril a 4 de maio.

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