Bolsonaristas mais velhos são mais radicais

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Foto: Reprodução

Pessoas mais velhas compartilham mais desinformação online e são politicamente mais polarizadas no Facebook. A interação de adultos com idade mais avançada é ainda maior quando o conteúdo político nessa rede é de viés mais à direita. Essa foi a conclusão de um estudo publicado na última terça-feira (4), fruto de uma parceria inédita com o Facebook.

Os pesquisadores calcularam a idade média dos usuários que visualizaram links no Facebook e a idade média dos usuários que compartilharam esses links. Em 45 dos 46 países analisados — a exceção é Serra Leoa, que tinha uma base de usuários considerada pequena —, a diferença entre as idades médias daqueles que apenas visualizaram os links e aqueles que os compartilharam foi de dez anos.

A média de quem visualiza o conteúdo é de 37 anos, enquanto a faixa de quem compartilha é de 47 anos. No Brasil, o grupo de pessoas entre 45 a 54 anos é o que mais compartilha links de conteúdo político, enquanto aqueles entre 55 e 64 são a faixa etária que mais compartilha conteúdo político partidário, isto é, publicações fora da chamada imprensa tradicional, como blogs e outros canais.

Márcio Moretto, professor de sistemas de informação da USP e um dos pesquisadores do projeto, afirmou que o fenômeno de pessoas mais velhas compartilharem mais desinformação é razoavelmente conhecido pela literatura acadêmica. O estudo lançado nesta semana, no entanto, investigou como o compartilhamento de links no Facebook varia com a idade.

—A novidade desse estudo é (mostrar) que os jovens observam mais o debate político, enquanto os compartilhamentos desse conteúdo acabam se concentrando nos mais velhos. Quando maior a idade, maior o compartilhamento. É uma crescente — diz Moretto.

Duas hipóteses tentam explicar o porquê de conteúdos partidários de sites de direita serem mais compartilhados por adultos mais velhos. A primeira é a de que pessoas se tornam mais “conservadoras” ao longo do tempo, menos flexíveis a novos estímulos e, portanto, menos inclinados a mudanças de atitude.

A segunda hipótese se refere ao avanço dos valores sociais liberais, especialmente entre as gerações mais jovens, que, segundo os pesquisadores, “parece ter despertado um sentimento de ressentimento entre parte das gerações mais velhas, tornando-as mais conservadoras”. O fato de existir um padrão de idade distinto de conservadorismo entre adultos mais velhos em diferentes países do mundo, diz o estudo.

Conduzida por um grupo de pesquisadores de Chile, Colômbia, Argentina e Brasil, entre eles os professores da USP Pablo Ortellado, colunista do GLOBO, e Eduarth Heinen, além do próprio Márcio Moretto, a pesquisa usou um vasto e exclusivo banco de dados do Facebook com informações demográficas de visualizações e compartilhamentos de conteúdo na rede social.

O estudo é fruto de uma parceria firmada em 2019 com o Facebook, quando a empresa deu acesso a uma bases de dados da plataforma para 60 pesquisadores, para que eles a usassem com objetivo acadêmico. Foi a primeira vez que integrantes da comunidade científica tiveram acesso sistemático a informações dos mais de 2 bilhões de usuários da rede social.

Ao longo de um ano, eles puderam coletar e analisar dados sobre compartilhamento de conteúdos políticos. O objetivo era estudar como o uso da plataforma afeta diferentes democracias pelo mundo, entre elas o Brasil.

A base de dados usada na pesquisa contém dados demográficos de usuários de 46 países que interagiram (com visualizações, cliques, curtidas, compartilhamentos e comentários) com links no Facebook entre janeiro de 2017 e julho de 2019. Os dados envolveram 38 milhões de links, e a privacidade dos dados pessoais foi preservada.

O Globo

 

 

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