Bolsonaro e ministro da Saúde já divergem sobre pandemia
Foto: Marcelo Queiroga -/Instagram
Marcelo Queiroga é o quarto ministro a passar pela pasta da Saúde. Jair Bolsonaro boicotou o trabalho de todos os outros nomes que pilotaram a pasta.
Mandetta falava em distanciamento, ficar em casa. Bolsonaro aglomerava. Mandetta dizia uma coisa. Bolsonaro, outra.
Teich resistiu a usar cloroquina, ensaiou discurso contra aglomerações, mas pediu demissão logo ao perceber que o Planalto usaria um certo Eduardo Pazuello, então seu assessor, para impor as vontades presidenciais.
A gestão Pazuello até tentou comprar a vacina “do Doria”, mas foi cortado por “quem manda”. Acolheu todas as ideias de Bolsonaro, que atrasou todos os calendários da pasta. Só antecipou, claro, as largas produção de cloroquina, o famoso tratamento precoce.
Agora, o ministro da Saúde, um médico que defende uso de máscara, é contra cloroquina e atua pela vacina, avisa que o país caminha para uma terceira onda. O que faz o presidente? Vai ao STF pedir poderes para reabrir as cidades e impedir a políticas de isolamento social. Ignorando tudo que o seu ministro diz.
O país, o ministério da Saúde, as políticas de governo continuam na mesma lógica de desordem vista na gestão Mandetta. O ministro da Saúde vai numa direção. Bolsonaro em outra.
A CPI da Pandemia não precisa olhar muito para o passado. O presente é espelho.