Bolsonaro fechou acordo idêntico ao da Pfizer com AstraZêneca

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Foto: Editoria de Arte

As redes bolsonaristas se empenharam nesta quinta-feira em vender aos seguidores do presidente da República de que foi positivo para o governo o depoimento que o gerente-geral Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, deu à CPI da Covid.

Ao longo de todo o dia, os grupos foram bombardeados com reproduções de postagens de políticos e influenciadores bolsonaristas, memes e links que buscavam reforçar a narrativa dos senadores governistas da CPI.

Segundo essas postagens, o depoimento de Murillo só comprova a versão do governo de que não adquiriu vacinas da Pfizer no ano passado por limitações legais.

“ATENÇÃO! Notícia urgente! Atualização da CPI. O governo federal, na questão do atraso na compra das vacinas, acaba de ser inocentado pela diretoria da Pfizer”, disse um bolsonarista no Telegram. “Estão reelegendo Jair Bolsonaro. Avante, Brasil”, completou.

A estratégia buscava encobrir as evidências apresentadas por Murillo de que o Ministério da Saúde ignorou as ofertas da multinacional.

Embora não tenha comprado vacinas da Pfizer, o governo federal fechou contrato nas mesmas condições com a AstraZeneca e com a indiana Bharat – que não tinha sequer autorização de uso emergencial na Anvisa.

Mas, nos grupos no WhatsApp e Telegram, o discurso foi o de que a CPI “acabou” após ser “demolida” por Murillo, o que isentaria o governo de qualquer suspeita de negligência.

O “fim da narrativa” da CPI e seu consequente “enterro” foram sendo difundidos em mensagens que se sucediam em tempo real e velocidade frenética à medida em que a sessão da comissão transcorria, o que pode sugerir um movimento articulado.

O entorno do presidente agiu rapidamente. Em sua lista de transmissão no Telegram, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) reproduziu, poucos minutos depois de ele ter ocorrido, uma fala em que o colega Ciro Nogueira (PP-PI) acusa o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta ter mentido sobre as tratativas da Pfizer à CPI.

Os grupos também exploraram uma resposta do ex-presidente e gerente da Pfizer ao senador Marcos Rogério (DEM-RO), que perguntou se seria possível a empresa ter assinado com o governo antes da liberação pela Anvisa ou do projeto de lei que isentou a companhia de responsabilidade por eventuais danos colaterais da vacina.

Murillo respondeu que a assinatura só poderia ocorrer “quando as condições fossem dadas”. Nos vídeos reproduzidos dezenas de vezes nos chats pró-governo, montagens colam trechos do depoimento do executivo da Pfizer em alternância com falas de Rogério e questionamentos do relator a CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), para reforçar a tese de que o governo não faltou com suas responsabilidades nas tramitações com a multinacional americana.

Em um deles, Murillo elogia a avaliação técnica da vacina da Pfizer pela Anvisa, mas a edição faz parecer que o ex-presidente da empresa atribuiu ao Brasil uma celeridade notável nas negociações, embora diversos países tenham comprado bilhões de doses da vacina antes do governo brasileiro.

“A Anvisa emitiu o registro permanente da Pfizer no dia 22 de fevereiro de 2021. Foi um dos primeiros países do mundo”, afirmou o depoente.

Nenhuma das mensagens questiona por que Bolsonaro não editou uma medida provisória ou redigiu um projeto de lei a ser apreciado pelo Congresso ainda em 2020, quando as conversas começaram. Também não foi sequer mencionado o fato de que Murillo contou ter encontrado o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho e gestor das redes sociais do presidente, em uma reunião com membros do governo no Palácio do Planalto.

O dia serviu como uma espécie de válvula de escape para os bolsonaristas, que passaram as últimas semanas na defensiva contra Renan, senadores de oposição e depoentes. Eles também aproveitaram para atacar Renan e o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Nos próximos dias, porém, depoimentos agendados para as próximas sessões, como os do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, e o do ex-chanceler Ernesto Araújo, prometem chacoalhar essa aparente euforia.

Por Johanns Eller

O Globo

 

 

 

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