Bolsonaro reajustou salário mínimo abaixo da inflação

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Foto: Sérgio Lima/Poder360 – 15.jul.2019

A Câmara dos Deputados aprovou hoje medida provisória (MP) que estabeleceu o salário mínimo em R$ 1.100, montante que não corrige as perdas inflacionárias de 2020 — que, se compensadas, fariam com que o valor chegasse a R$ 1.102,70. O texto segue para análise do Senado Federal e precisa ser aprovado até 1º de junho (terça-feira) para não perder a validade.

Os partidos governistas tentaram negociar nos bastidores um valor maior com o governo, diante da reclamação popular sobre a alta da inflação, mas acabaram desistindo por causa das resistências do Ministério da Economia, que apontavam gasto adicional de R$ 350 milhões para cada R$ 1 a mais de salário mínimo.

Relator da MP, o deputado Newton Cardoso Júnior (MDB-MG) defendeu a rejeição de todas as emendas que sugeriam aumentar o valor do salário mínimo dizendo que não apresentavam impacto orçamentário. “Qualquer aumento, além do que já consta no texto do governo, pode causar um descontrole fiscal elevado na economia, pela já alta indexação da economia com o salário mínimo vigente, assim como, o déficit público de mais de R$ 240 bilhões”, afirmou.

O deputado Henrique Fontana (PT-RS) criticou a proposta do governo. “O mais vergonhoso é saber que o salário mínimo está sendo aumentado em 5,2%, enquanto a inflação dos alimentos, nós sabemos, está em mais de 20%”, disse. “Os argumentos ali postos são absolutamente frios e que não condizem com a política econômica que o país precisaria para garantir crescimento econômico, geração de renda e justiça social”, afirmou.

O parecer do relator foi aprovado por 322 votos a 110, com apoio da maioria dos partidos (só as siglas de oposição se manifestaram contra), o que levou à rejeição em bloco das emendas de PT, Psol e PCdoB por falta de previsão orçamentária.

Valor Econômico