Braga Netto defende Pazuello e nega falha na pandemia

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Foto: Câmara dos Deputados

O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, disse nesta quarta-feira em audiência na Câmara que o “Brasil não falhou no combate à Covid”. Ele defendeu o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que é alvo da CPI da Covid no Senado, e afirmou que o ex-ministro adquiriu em sua gestão mais de 500 milhões de doses de vacinas, que “só agora” começaram a ser entregues no país.

— O Pazuello teve a coragem moral de assumir, se cometeu erros, numa pandemia que é mundial (…) Nessa gestão do Pazuello, nós adquirimos mais de 500 milhões de doses, que elas começaram a chegar agora — afirmou Braga Netto , informando que acompanhou as negociações para compra de imunizantes.

A atuação de Pazuello foi abordada pela deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), que questionou se não é um “constrangimento” para o Exército ter que assinar um documento informando que o ex-ministro não prestaria depoimento à CPI nesta quarta-feira. A oitiva do ex-ministro no Senado foi remarcada para dia 19 de maio após ele informar que teve contato com oficiais infectados pelo coronavírus.

— Ele ( Pazuello) puxa o Exército para a crise de credibilidade que vive o governo Bolsonaro e, principalmente, agora no furacão da CPI — disse Perpétua Almeida, que também indagou sobre a declaração do ex-ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta em relação à produção, em laboratório do Exército, de remédios para Covid sem nenhuma eficácia comprovada.

Na sessão, o ministro da Defesa disse que “não comenta” declarações. Os questionamentos da deputada petista foram classificados pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) de “esculhambação”.

— Esse será o tratamento a ser dado ao senhores (militares) assim que entrarem na reserva — disse Eduardo Bolsonaro.

Ainda em relação à crise sanitária causada pela pandemia, os deputados indagaram sobre a lotação dos hospitais da Forças Armadas para o tratamento de Covid-19. Braga Netto informou que há poucos leitos disponíveis e que esses hospitais não são públicos. Ele destacou que o militar paga para ter o atendimento com desconto de “20% em folha” para o tratamento.

O comandante do Exército, general Paulo Sergio, reforçou a posição do ministro e disse que é necessário deixar vagas abertas para atender os militares que chegam aos hospitais.

— Na época do auge da pandemia nós passamos o mesmo sufoco que a rede pública e privada passou. Sofremos na pele, noite sem dormir por conta disso. Então, às vezes, essas publicações de disponibilidade de leitos, não procede — disse o comandante do Exército.

O deputado Camilo Capiberibe (PSB-AP) lembrou que o primeiro ato público do ministro da Defesa foi publicar uma ordem do dia alusiva ao aniversário de 57 anos do golpe militar de 1964, que ele chama de movimento de 31 de março de 1964. Segundo o deputado, o ministro “exaltou o golpe militar de 64”. Ao responder, o ministro cometeu um ato falho e depois se corrigiu reformulando a frase.

— Eu não exaltei o golpe militar de 64. O golpe mili.(…) não disse que era uma exaltação. É um acontecimento histórico, que tem que ser compreendido no contexto da Guerra Fria. Não houve um golpe militar, houve um atendimento a um chamamento público. Os senhores têm que estudar um pouco a história também — afirmou Braga Netto, acrescentando: — Tudo que houve em 64 e nos períodos dos governos militares foi resolvido com a Lei da Anistia proposta pelos próprios militares. Isso já foi resolvido, foi pacificado.

O ministro defendeu as manifestações favoráveis ao governo do presidente Jair Bolsonaro, como a que ocorreu no dia 1º de maio, e disse pedidos por intervenção militar “são minoria”.

— O senhor pega no meio de uma multidão toda com bandeira, pega uma ou duas pessoas que realmente fazem algo antidemocrático e generaliza, mas isso é questão para a Justiça, não para as Forças Armadas — afirmou.

Braga Netto foi questionado pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores, o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), sobre a militarização do governo Bolsonaro e se o “excesso” de militares não criaria ‘fissuras” no sentimento da população brasileira em relação às Forças Armadas. O ministro afirmou que os números divulgados representam um “falso aumento”.

O ministro também voltou a negar uma politização das Forças Armadas. Ele garantiu que sobre o tema há um consenso entre os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica. Os três comandantes das Forças Armadas participaram da audiência.

Outro ponto abordado foi o corte no Orçamento. Ministério da Defesa perdeu R$ 3,3 bilhões, ficando com um orçamento total de R$ 113 bilhões, a maior parte para o pagamento de salários dos militares. O total disponível para as despesas livres (como custeio e investimento) ficou em R$ 8,4 bilhões, ainda assim um dos maiores da Esplanada. O ministério pediu ao governo para acrescentar R$ 1 bilhão à pasta.

— Em virtude da conjuntura, da questão do teto de gastos e de tudo mais, a série histórica (do orçamento) vem numa decrescente. Isto gera uma adaptação nos programas estratégicos, que são alongados ou reduzidos — disse Braga Netto.

A falta de recursos foi a justificativa dada para a redução das tropas em missão de paz no exterior, hoje com apenas 76 militares.

— Existe também uma ideia equivocada que a ONU paga, que repõe o recurso. Eu preciso ter o recurso para enviar, a ONU só repõe depois. E custa caro a operação. Estamos prontos para ser enviados, é somente questão de recursos — disse o minsitro.

O Globo 

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