Família de Eduardo Campos quer esperar para PSB aderir a Lula

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Foto: Edilson Dantas/Agência O Globo

O alinhamento absoluto do PSB à candidatura de Lula contra Jair Bolsonaro enfrenta a resistência do maior clã político do partido. Apesar de o ex-presidente ter tido uma conversa virtual de mais de duas horas com o governador Paulo Câmara no início de abril que estimulou especulações no Nordeste sobre a possibilidade de ser vice do petista, a família Campos ainda não está convencida de que a aliança é o melhor caminho para 2022.

Filho do ex-governador Eduardo Campos e eleito no ano passado prefeito de Recife, João Campos tem dito a quem lhe pergunta que é cedo para definir o rumo do PSB sem que o cenário econômico esteja mais claro. Campos, aliás, acha que são argumentos como desemprego e inflação que a oposição precisa explorar no debate — chamar Bolsonaro de “genocida” por conta da pandemia ou de “miliciano” devido a suas relações no Rio é perda de tempo, acredita.
No fim do ano passado, devido ao apoio que recebeu do PDT na disputa contra a prima Marília Arraes (PT), Campos se aproximou de Ciro Gomes. Logo depois, abriu diálogo com o apresentador Luciano Huck e foi um dos que viram com bons olhos a isca que o partido jogou para a empresária Luiza Trajano. Como as pesquisas até agora têm mostrado obstáculos para qualquer projeto de terceira via, está difícil para a família Campos persistir na linha adotada nos últimos meses.

No entanto, PT e PSB caminhando juntos em Pernambuco pode ser inviável devido às sequelas da acirrada campanha de 2020 para a prefeitura de Recife. Marília Arraes chegou a chamar João Campos de “frouxo” por não ir a debates. Já o filho de Eduardo Campos recorreu até ao pastor Silas Malafaia, símbolo do apoio pentecostal a Bolsonaro, para atacar a prima em posicionamentos caros aos evangélicos.
No entorno da família Campos, surge mais uma opinião pró terceira via em 2022. Namorada do prefeito de Recife, a deputada Tabata Amaral, que acaba de ser autorizada pelo TSE a deixar o PDT, não quer estar em uma sigla da órbita de Lula ou de Bolsonaro. Como ela tem dito a interlocutores e ao próprio namorado, não é bom para o país ter apenas as duas candidaturas como opções no ano que vem.

O Globo