Fiocruz pede mais isolamento social

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Foto: Itamar Crispim/Fiocruz

Apesar de uma ligeira redução nas taxas de mortalidade em consequência da Covid-19 nas últimas duas semanas, o número de óbitos permanece em um patamar alto no Brasil – o maior desde a introdução do novo coronavírus. Em grande parte dos estados brasileiros, no entanto, houve redução da taxa de ocupação de leitos de UTI para adultos infectados. Diante dos dados divulgados quarta-feira no boletim Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), pesquisadores mostram que há ainda uma intensa circulação do vírus, o que poderia dar oportunidade ao surgimento de novas variantes devido à intensidade da transmissão.

“A observada manutenção de um alto patamar, apesar da ligeira redução nos indicadores de criticidade da pandemia, exige que sejam mantidos todos os cuidados, pois uma terceira onda agora, com taxas ainda tão elevadas, pode representar uma crise sanitária ainda mais grave”, diz o boletim.

Até o momento já foram notificadas mais de 420 mil mortes. “É fundamental o reforço das ações de vigilância em saúde para fazer a triagem de casos graves, o encaminhamento para serviços de saúde mais complexos, bem como a identificação e aconselhamento de contatos. Nesse sentido, a reorganização e ampliação da estratégia de testagem é essencial para evitar novos casos, bem como reduzir a pressão sobre os serviços hospitalares”, ressaltam os pesquisadores da Fiocruz.

Eles reforçam que locais e atividades de interação social, principalmente em ambientes fechados e com grande números de pessoas devem continuar sendo evitados: “Somente essas medidas, aliadas à intensificação da campanha de vacinação, podem garantir a queda sustentada da transmissão e a recuperação da capacidade do sistema de saúde”.

As taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS), entre os dias 3 e 10 de maio, apresentam melhoria no quadro geral da pandemia. Na Região Norte, Roraima (37%), Acre (57%) e Amazonas (55%) estão na zona de alerta baixo. Fora esses três estados, a Paraíba é a única que continua no mesmo patamar, com 59%.

Apesar disso, sete estados de outras regiões têm ao menos 90% dos leitos ocupados: Piauí (90%), Ceará (90%), Rio Grande do Norte (95%), Pernambuco (96%), Sergipe (97%), Paraná (93%) e Santa Catarina (91%). Também estão na zona de alerta crítico: Roraima (88%), Bahia (80%), Mato Grosso do Sul (85%), Distrito Federal (81%), Tocantins (81%), Rio de Janeiro (87%) e Goiás (84%).

O número de estados na zona de alerta médio é o maior desde 22 de fevereiro. São nove as unidades da federação com as UTIs entre 60% e 80% de ocupação: Amapá (72%), Pará (69%), Maranhão (67%), Mato Grosso (79%), Alagoas (74%), Minas Gerais (79%), Espírito Santo (77%), São Paulo (79%) e Rio Grande do Sul (73%).

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