Mandetta responde pergunta de governista que não foi feita

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Foto: Jefferson Rudy / Senado

Ao depor na CPI da Covid, nesta terça-feira, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou que recebeu por engano do ministro das Comunicações, Fábio Faria, um questionamento que acabou sendo feito pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), aliado do Palácio do Planalto. Ao ser confrontado, Ciro não negou ter seguido orientações de Faria.

— Caro senador Ciro Nogueira, ontem eu recebi essa pergunta, exatamente nessa íntegra, do ministro Fábio Faria. Acho que ele inadvertidamente mandou para mim a pergunta e quando eu ia responder ele apagou a mensagem. Então, eu vou responder para o senhor, mas também para o meu amigo, que foi parlamentar comigo, ministro Fábio Faria — disse Mandetta, em tom de ironia.

Na pergunta, Ciro questionou se era verdade que Mandetta havia recomendado, em março do ano passado, chá, canja de galinha e reza contra o novo coronavírus. Na época, o então ministro da Saúde dizia que as medidas eram “conselhos de avó” e não necessariamente iriam ajudar, mas também não fariam mal. Ele também recomendava que as pessoas evitassem aglomerações.

Ao citar a declaração, Ciro Nogueira disse que Mandetta recomendava que as pessoas com sintomas leves permanecessem em casa “fazendo orações, tomando chá e canja de galinha”. Para Ciro, a recomendação foi “equivocada” e resultou em “enorme subnotificação”.

– Quando temos doenças virais, você tem alguns princípios: temos vacina? Não temos. Temos medicamento retroviral? Não temos. Como vamos conduzir? Vamos observar o paciente, vamos vê-lo, vamos cuidar desse paciente – reagiu Mandetta.

Ao receber a mensagem de Fábio Faria, o ex-ministro da Saúde teve tempo para se preparar e disse que pesquisou sobre as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o tema:

— Ela (recomendação) é exatamente ‘entre em contato com o seu provedor de saúde imediatamente se você sentir os sinais de perigo, dificuldade de respirar, perda da capacidade de respirar, dor no peito’.

Em vídeo publicado em sua conta no Twitter, Fábio Faria confirmou ter feito a indicação de pergunta para Ciro Nogueira, mas não comentou o relato de que ele teria inicialmente enviado a mensagem para o próprio Mandetta.

No vídeo, Faria questiona a orientação de Mandetta de que as pessoas só deveriam procurar hospitais quando sentissem falta de ar e pergunta se isso faria dele um “genocida”. Ele conta ter “comentado” com Nogueira que já havia citado sobre isso em várias entrevistas e que não teria visto uma resposta do ex-ministro.

— O senador Ciro é amigo meu, conheço dele desde 2017, quando eu fui deputado, um dos meus primeiros amigos aqui na Câmara. Eu comentei com ele, já tinha falado isso em várias entrevistas, nunca tinha visto uma palavra do senhor. Então que quem sabe agora na CPI seja um momento que o senhor possa esclarecer isso para os brasileiros — diz o ministro.

Faria também publicou a reprodução de uma conversa no WhatsApp, em que ele envia a pergunta a ser feita para Mandetta, mas não deixou claro se a conversa era com o próprio ex-ministro ou com Ciro Nogueira. “Milhares de pessoas que seguiram sua orientação, portanto, podem ter morrido, Senhor Mandetta. O senhor se considera um genocida?”, diz a mensagem.

Esta não é a primeira vez que uma interferência do Palácio do Planalto na atuação de governistas na CPI é identificada. Conforme revelou o GLOBO, requerimentos apresentados por aliados do presidente Jair Bolsonaro, entre eles o senador Ciro Nogueira, possuem na assinatura digital o nome de uma assessora da Secretaria Especial de Assuntos Parlamentares (SEAP), Thaís Amaral Moura. O tema já foi assunto de bate-boca no colegiado.

O Globo 

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