Randolfe quer abrir sigilos de Pazuello

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Foto: PABLO JACOB / Agência O Globo

O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues, pediu a quebra dos sigilos telefônico, fiscal, bancário e telemático do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. O requerimento foi apresentado à CPI, mas ainda não foi apreciado.No requerimento, o senador justifica o pedido de quebra com base nas denúncias veiculadas na terça-feira pelo Jornal Nacional sobre a contratação de empresas para reforma de galpões do Ministério da Saúde sob o pretexto da emergência da epidemia de Covid-19.

Em relação à quebra de sigilo telefônico, Randolfe pediu a relação de todas as ligações feitas ou recebidas por Pazuello desde 2020. O requerimento também pediu a relação de todas as empresas das quais Pazuello venha a ser sócio, além de dados da suas declarações de imposto de renda.

Randolfe também pediu acesso aos dados bancários de Pazuello desde 2020, incluindo informações sobre investimentos, bens e valores mantidos em instituições financeiras.

O requerimento também solicitou acesso aos dados telemáticos, o que inclui dados de e-mail e aplicativos de trocas de mensagens como o WhatsApp, Telegram, entre outros.

Randolfe solicitou ainda acesso a todos os documentos relativos às contratações de empresas feitas pelo Ministério da Saúde para a reforma de galpões da pasta com dispensa de licitação desde o início da epidemia de Covid-19. Na terça-feira, o Jornal Nacional mostrou que militares nomeados por Pazuello teriam escolhido empresas específicas para reformar prédios da pasta. Os contratos foram considerados irregulares pela consultoria da Advocacia Geral da União (AGU) e foram cancelados.

Para que os sigilos sejam quebrados, é preciso que o requerimento seja aprovado pelos membros da CPI da Covid. Pazuello presta depoimento nesta quarta-feira à CPI da Covid.

No intervado da sessão de hoje, o senador Renan Calheiros disse a jornalistas que Pazuello mentiu na CPI e que isso constará do relatório final da comissão encaminhado ao Ministério Público Federal. Ele descartou fazer um novo pedido de prisão do depoente, como fez com o ex-secretário de Comunicação Social Fabio Wajngarten.

— Ele infelizmente mentiu em várias oportunidades. Em outras, ocultou aquilo que a pergunta queria que ele respondesse.

O senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da comissão, disse que Pazuello se resguardou no habeas corpus concedido pelo STF para se esquivar de perguntas com maior tranquilidade.

— Ficou claro que ele se utilizou do habeas corpus com uma finalidade. O habeas corpus tem a finalidade de protegê-lo sobre alguma medida mais dura tomada pela CPI. É por isso que ele se sente na liberdade de falar o que quer, de questionar. Ele sente que tem mais liberdade no comportamento que está tendo.

O Globo