Renan diz que Bolsonaro prejudicou mais o Butantan que à Pfizer
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), disse nesta quinta-feira que a “negligência” do governo federal em relação à compra da Coronavac junto ao Instituto Butatan foi “ainda maior” do que aquela observada nas negociações com a vacina da Pfizer.
“A primeira oferta [do Butantan] foi de 60 milhões de doses até 2020. Posteriormente, o Butantan ampliou para 100 milhões, sendo que cerca de 45 milhões seriam obtidas já em dezembro de 2020. Isso tornaria o Brasil um dos primeiros países a vacinar contra a covid-19″, afirmou Renan.
A conclusão do emedebista tem relação com o depoimento do diretor do Butantan, Dimas Covas. O gestor do instituto disse à CPI nesta quinta-feira que o governo federal só recorreu à compra da Coronavac depois de enfrentar dificuldades para adquirir vacinas por meio de outras frentes de produção.
De acordo com Dimas Covas, as negociações de vacinas foram suspensas após declarações do presidente Jair Bolsonaro em 20 de outubro de 2020. “De fato, nunca recebi um ofício dizendo que a intenção de compra, no dia 19 [de outubro], não era mais válida, mas, na prática, não houve consequência, só no dia 7 de janeiro”, disse.
O diretor do Butantan afirmou também que, na ocasião, sentiu-se “decepcionado” com o tratamento dado ao instituto. Segundo ele, “campanhas nas redes sociais” contra o Butantan, promovidas por representantes do governo – incluindo Bolsonaro e seus ministros –, prejudicaram a imagem da entidade.