Teich dirá na CPI que saiu do cargo por rejeitar cloroquina

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Foto: AFP

A CPI da Covid vai ouvir nesta quarta-feira o ex-ministro da Saúde Nelson Teich. A oposição vai questionar Teich para saber se o governo do presidente Jair Bolsonaro o pressionou para que o Ministério da Saúde passasse a recomendar o uso ampliado da cloroquina e hidroxicloroquina, como prevenção para a covid-19. Nesta segunda, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta disse na comissão que viu uma minuta para alterar a bula da cloroquina para incluir a indicação para Covid-19.

Em entrevista ao GLOBO em dezembro de 2020, o ex-ministro já admitiu que sua saída se deve à pressão pela utilização de medicamentos sem embasamento científico. Teich também reconheceu que faltava “planejamento, estratégia, liderança, coordenação e informação” no Planalto para lidar com a pandemia. Os senadores que se opõem ao Palácio do Planalto pretendem explorar o tema para extrair mais informações e complementar o que já foi dito por Mandetta.

— Foi um gatilho que me fez enxergar que eu não teria autonomia e legitimidade para fazer as mudanças que precisavam ser feitas. Eu poderia ter pegado carona com o Conselho Federal de Medicina (que defendeu à época a possibilidade de prescrição mais ampla, até então restrita aos pacientes graves), mas como vou aprovar um remédio que não funciona? Se meu lado técnico, que era um dos meus pontos fortes, não é respeitado, decidi que não havia como continuar — disse Teich ao GLOBO no fim do ano passado.

Primeiro ex-ministro da Saúde ouvido pela CPI da Covid, Luiz Henrique Mandetta disse que viu uma minuta de documento da Presidência da República para que a cloroquina tivesse na bula a indicação para Covid-19 e que o presidente Jair Bolsonaro parecia ouvir “outras fontes” que não o Ministério da Saúde.

Segundo Mandetta, o próprio diretor-geral da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) discordou dessa medida, e o ministro “Jorge Ramos” minimizou a questão, dizendo que era apenas uma sugestão. Procurado, Mandetta esclareceu que se referiu a Jorge Oliveira, então ministro da Secretaria-Geral e hoje ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).

— O ministro da Saúde é um ministro que é convocado pelo presidente para conversar, prestar suas explicações. Estive dentro do Palácio do Planalto quando fui informado que era para subir, porque tinha uma reunião de vários ministros e médicos que iam propor esse negócio cloroquina, que eu nunca havia conhecido. Ele [Bolsonaro] tinha uma assessoramento paralelo. Nesse dia, havia na mesa um papel não timbrado de um decreto presidencial para que fosse sugerido daquela reunião que se mudasse a bula da cloroquina na Anvisa, colocando na bula a indicação de cloroquina para coronavírus — disse Mandetta.

Questionado novamente sobre a tentativa de alterar a bula da cloroquina, o ex-ministro afirmou que a reunião em que viu a minuta aconteceu cerca de dez dias antes de ser demitido. Ele também foi questionado pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL) se a ordem para o laboratório do Exército aumentar a produção de cloroquina tinha partido do Ministério da Saúde, e Mandetta disse que não.

O Globo

 

 

 

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