Teich pode revelar hoje por que saiu do governo

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Foto: Ueslei Marcelino/Reuters/Arquivo

O ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, terá, pela primeira vez, a oportunidade de responder a uma questão até hoje sem resposta: por que ele deixou o ministério antes de completar um mês à frente da pasta? Ao depor como testemunha, o ex-ministro terá a obrigação de dizer a verdade e não poderá sair pela tangente, como fez até hoje.

Até senadores com visões opostas sobre a CPI, como Randolfe Rodrigues (oposicionista do Rede Sustentabilidade-PE) e Eduardo Girão (tido como governista do Podemos-CE, mas que se diz independente) acreditam que o depoimento de Teich poderá ser o mais importante do dia.

“O ponto central é entender o que a saída dele tem a ver com o protocolo da hidroxicloroquina”, diz Randolfe. “É a hora de saber por que ele saiu”, acrescenta Girão.

Só para lembrar, Teich adotou um discurso de jogador de futebol ao ser chutado do governo. Na sua despedida, falou que “a vida é feita de escolhas e hoje escolhi sair”, “dei o melhor de mim neste período” e ainda “agradeço ao meu time que sempre esteve ao meu lado”.

Mas por que estava pulando (ou sendo pulado do barco), nenhuma palavra. Todos sabem que foi por conta da insistência presidencial na cloroquina, remédio sem eficácia comprovada contra a Covid, e no boicote à medidas de distanciamento social. Mas Teich sempre driblou as perguntas. “Problemas de comunicação”, costumava dizer.

Figurino
Este blog não fala sobre moda, mas sabe que as roupas falam. E traçou o perfil dos ministros da saúde do governo Bolsonaro por essa lente:

Colete do SUS: Era assim que Mandetta se apresentava nas coletivas. Político e técnico ao mesmo tempo, o primeiro ministro da saúde de Bolsonaro usava o colete do SUS para mostrar respeito à ciência e prestar homenagem a quem estava na linha de frente de batalha. Era um jeito inteligente de dizer “estamos juntos e misturados para o que der e vier” e se afastar da imagem de burocrata distante de um CTI. A roupa passava a mensagem de emoção.

Terno e gravata do consultor: Nelson Teich não era político, apenas técnico. Ou melhor, queria ser visto como consultor, alguém que tinha a colaborar com o “olhar estrangeiro”. Ou seja, desejava oferecer uma visão de quem estava chegando para analisar com distanciamento o cenário e propor uma solução com base em dados. A roupa passava a mensagem de distanciamento e respeito.

Farda: Para vergonha do Exército, era o traje do Pazuello. Não era médico, não era político, não era técnico, não era consultor e, pasmem, nem general. Era o “longa manus” (braço estendido) do chefe Bolsonaro. A roupa passava apenas a mensagem de disciplina, de hierarquia e de cumprimento de ordens. Por que o “para vergonha do Exército”? Porque vários militares ouvidos pelo blog dizem que nem na caserna alguém é obrigado a cumprir ordens erradas. Foi o que Pazuello, o fardado, fez.

Capa invisível: o blog ainda analisa o traje do Queiroga, mas recomenda a ele aquelas capas que transformam as pessoas em seres invisíveis, já que ele tem um duro desafio: ser um bom ministro da Saúde de Bolsonaro sem ser demitido. Melhor a invisibilidade.

Me diga o que tu vestes e eu direi quem tu és.

G1

 

 

 

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