Bolsonaro blindou Pazuello em busca de nova crise militar

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Foto: Reprodução

De forma reservada, generais ouvidos pelo blog avaliam que o presidente Jair Bolsonaro estava em busca de um pretexto para forçar uma nova crise e com isso trocar novamente o comando do Exército. Por isso, generais graduados da reserva viram na decisão de não punir o general Eduardo Pazuello como uma espécie de “mal menor”.

Na quinta-feira (3), o comandante Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira divulgou a decisão de não punir Pazuello, ex-ministro da Saúde, pela participação em um evento político com o presidente Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro, no último dia 23. A participação de militares em manifestações políticas é vedada pelas regras das Forças Armadas.

Nesses últimos dias, o presidente deu sinalizações claras de que blindaria o ex-ministro da Saúde. Inclusive, decidiu nomeá-lo para um cargo no Palácio do Planalto. Com isso, não restaria opção ao comandante do Exército, general Paulo Sérgio.

O temor entre generais é de que se intensifique um movimento de politização dos quartéis. Um sinal disso foi a recente queda do então ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva e dos três comandantes das Forças Armadas – Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Moretti Bermudez (Aeronáutica).

Na ocasião, Bolsonaro vinha demonstrando contrariedade em relação ao general Pujol. Queria um engajamento maior do Exército em defesa das ações do governo.

Na avaliação de militares, diante desse histórico recente, o atual comandante do Exército ficou numa situação extremamente delicada. Isso porque uma punição ao general Pazuello poderia desencadear uma nova crise na relação do Exército com Bolsonaro, resultando na própria substituição do general Paulo Sérgio.

G1