Bolsonaro critica Doria por aparecer sem máscara e querer multá-lo

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Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro usou a transmissão ao vivo pelas redes sociais, nesta quinta-feira, 10, para mais uma vez criticar o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Sem citar o nome do governador, Bolsonaro definiu o adversário como “hipócrita”. Desta vez, a crítica ocorreu porque Doria disse que o presidente será multado se participar de manifestações de rua em São Paulo, sem máscara de proteção.

Há um passeio de moto marcado para o próximo sábado, 12, com Bolsonaro, na capital paulista. “Vai ameaçar o presidente da República? Hipócrita. Você não respeita seu povo, não respeita ninguém”, afirmou o presidente. Durante a live, Bolsonaro se referiu várias vezes ao tucano de forma pejorativa e o chamou de “sunguinha apertadinha”.

“Estamos vendo aí um governador, não vou falar de qual Estado que é, que fecha o Estado, vai para Miami. Ou, (como) agora, foi um para um hotel no Rio de Janeiro, com a sunguinha apertadinha. Dando um péssimo exemplo. Você tem que dar exemplo! Distanciamento é para você, rapaz!”

Bolsonaro mencionava o episódio em que Doria foi fotografado e filmado enquanto tomava banho de sol, sem máscara, na piscina do Hotel Fairmont, no domingo, 6, no Rio. “Esse cara estava todo dia na televisão com a máscara preta, falando da vacina dele. Pô, pelo amor de Deus! O sunguinha apertadinha dando um péssimo exemplo”, repetiu.

Enquanto fazia a live, Bolsonaro ganhou de presente a escultura de um rifle. A arma estilizada foi entregue a ele pelo coronel da PM Antônio Aginaldo de Oliveira, chefe da Força Nacional e marido da deputada Carla Zambelli (PSL-SP). O presidente disse que a lembrança foi do motorista aposentado da Polícia Federal Araújo Neto. “Essa máquina à noite, lá numa comunidade, tu sai correndo ou não?”, perguntou ele, rindo, olhando para o rifle feito por um artista do Ceará, com peças de veículo.

Na mesma transmissão ao vivo, Bolsonaro minimizou a declaração feita pelo colega argentino Alberto Fernández. Durante encontro com o premiê da Espanha, Pedro Sánchez, na quarta-feira, Fernández disse que “os mexicanos vieram dos indígenas, os brasileiros, da selva”, e os argentinos chegaram em barcos “da Europa”.

“Com todo respeito ao povo argentino, não tem vacina para curar o socialismo, essa visão retrógrada de Fernández e Maduro”, disse Bolsonaro, citando também o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. “Não levo em consideração isso que o Fernández falou. Levo na brincadeira, pô!”. Depois, dirigindo-se ao ministro do Turismo, Gilson Machado, continuou: “Você veio da selva? Dá o grito do Tarzan”.

Bolsonaro soube durante a live que o Supremo Tribunal Federal (STF) já havia formado maioria contra ações que visam impedir a realização da Copa América no Brasil. “O Supremo desta vez até que foi bem”, disse ele. “Já esperávamos. Vamos massacrar a Venezuela”, afirmou, em referência ao jogo de estreia da competição. Os argentinos, porém, foram tratados por Bolsonaro como “hermanos”. “Rivalidade com a Argentina só no futebol. Não tendo futebol, ‘los Hermanos’ são meus irmãos”, comentou.

O presidente citou a Olimpíada do Japão, com início previsto para o dia 23 de julho, como justificativa para sediar a Copa América. “Teremos brevemente as Olimpíadas. E o Japão é um país com população bastante idosa. Por que vacinou tão pouca gente e vai ter Olimpíada lá? O que está acontecendo com o povo chinês? Isso é cultura deles? Eles não querem se vacinar?”, perguntou, trocando o Japão pela China. “Japonês. Falei chinês? Japonês”, corrigiu.

Estadão