Casal nega assédio racista por causa de bicicleta

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Foto: Reprodução

Em depoimento prestado à delegada Natacha Alves de Oliveira, titular da 14ª DP (Leblon), Mariana Spinelli e Tomás Oliveira negaram que tenham feito acusações ao instrutor de surfe Matheus Ribeiro pelo furto de uma bicicleta elétrica, na tarde do último sábado, dia 12. O jovem fez um registro na delegacia pelo crime de calúnia e acusa o casal de racismo após ter sido interpelado por eles na porta do Shopping Leblon, na Zona Sul do Rio. Na ocasião, ele estava com um equipamento idêntico ao deles.

De acordo com os termos de declaração, aos quais O GLOBO teve acesso, Mariana comprou a bicicleta para auxiliá-la no deslocamento de casa para o trabalho, pelo valor de R$ 8.115, parcelados em 12 vezes, no dia 7, fazendo “um grande esforço financeiro”. Ela contou ter chegado ao shopping, acompanhada do namorado, e prendido o veículo com um cadeado no bicicletário na porta do estabelecimento.

Cerca de 30 minutos depois, ao deixar o shopping, Mariana diz não ter mais visto sua bicicleta onde havia deixado. A moça contou ter se desesperado e, ao olhar para o lado, viu uma bicicleta preta igual a sua, com cadeado de ferro preto com detalhe cinza. Tomás relatou ter se dirigido até Matheus, que estava com o equipamento, e narrado que sua namorada acabara de ser furtada.

Em seu depoimento, o rapaz disse ter perguntado ao instrutor de surfe se podia testar a chave de Mariana em seu cadeado, não tendo tido “sucesso”. Tomás relatou ainda que Matheus se ofereceu a mostrar fotos antigas em seu celular para provar que a bicicleta era sua, mas ele teria dito que não precisava.

O casal afirmou que não abordou Matheus “em razão da cor da pele” do jovem e disse que teriam o mesmo comportamento caso de tratasse de uma pessoa branca.

Já Matheus, também na distrital, disse acreditar que o fato só tenha acontecido por ele ser negro. Ele negou que tenha havido ofensas expressas de caráter racial, mas disse ter se sentido triste, indignado e com raiva porque Mariana e Tomás já chegaram o “acusando” pelo furto e, em momento algum, disseram que tinham acabado de ser vítimas de um crime.

O Globo