CPI vê relação entre cloroquina e fake news
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Após ter chegado à conclusão de que já estão provadas a existência do “gabinete paralelo” e a falta de prioridade do governo na compra de vacinas, a cúpula da CPI decidiu focar a investigação em dois pontos: interesses financeiros envolvendo o uso da cloroquina e financiamento de fake news contra o isolamento social e governadores.
Após a sessão desta quinta-feira (10), na qual foram votadas novas convocações e quebras de sigilo, o chamado G7 se reuniu para traçar os próximos rumos da CPI. O grupo reúne senadores da oposição e independentes e forma a maioria dos integrantes da comissão.
Na avaliação dos parlamentares, a comissão precisa avançar na apuração de quem pode ter lucrado com a defesa do uso da cloroquina no tratamento da Covid-19.
Diante disso, a comissão vai investigar as empresas que fabricam cloroquina no Brasil. Algumas receberam financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e têm relação no governo federal.
A CPI já tem documentos do Itamaraty mostrando que o presidente Jair Bolsonaro defendeu o interesse de empresas na liberação de insumos para produção de hidroxicloroquina parados na Índia.
Nesta quinta (10), o senador Alessandro Vieira disse à GloboNews que a CPI quer saber por que no Brasil a defesa do uso da cloroquina continua acontecendo; quem tem interesse econômico nisso; e qual a relação do governo com o tema. Isto é, se fica somente no campo da ideologia ou se tem outros interesses.
No caso do financiamento de fake news, a CPI aprovou nesta quinta-feira (10) a quebra de sigilo telefônico e telemático de três empresas de publicidade que, segundo os senadores, poderiam estar, a pedido do governo, financiando com verbas federais blogs bolsonaristas.
Estes blogs atuaram para bombardear medidas de isolamento social, atacaram governadores e disseminaram conteúdo falso sobre vacinas no país.
O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que a quebra dos sigilos das empresas de publicidade pode revelar “o caminho das fake news com o uso de verbas federais para financiar blogs bolsonaristas”.