Delegado que denunciou Salles nega ter ideologia
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O delegado da Polícia Federal, Alexandre Saraiva, autor da notícia-crime contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, levada ao Supremo Tribunal Federal (STF), deixou claro que não gostou das críticas que passou a receber pelas redes sociais, após sua entrevista concedida ao Roda Viva, da TV Cultura.
“Não seguir a boiada … Da direita ou da esquerda tem seu custo… Lamento que informar que a maior causa da destruição da Amazônia é a Lei complementar 140 – de DEZEMBRO DE 2011 – e que a responsabilidade é vários governos e governantes tenha decepcionado tanta gente”, escreveu Saraiva, no Twitter.
O delegado, que evitou fazer críticas a Bolsonaro, sob o argumento de que o presidente não pode ser apontado como o único responsável pelo aumento do desmatamento, garimpos e grilagem de terras no País, procurou dividir essas responsabilidades com governos e prefeitos, além de criticar o Congresso Nacional pela aprovação de projetos que tratam do assunto.
“Um monte de gente que nunca fez nada pela Amazônia se dizendo ‘decepcionado (a)’ comigo. A decepção é recíproca. Não me deixo ser usado por esquerda, direita ou imprensa. Quando EU quero criticar eu uso a minha boca. Façam o mesmo, não usem a credibilidade alheia para isso”, escreveu o delegado.
Saraiva, que foi afastado da Superintendência da PF no Amazonas um dia depois de apresentar a denúncia contra Salles, acusado de apoiar um suposto esquema de favorecimento ilegal a madeireiros, voltou a evitar a interpretação de que tenha sido alvo de algum tipo de retaliação. O delegado compartilhou publicação para reforçar que foi ele quem denunciou ao STF “o ministro executor das ordens e queridinho do Presidente”, que “fez a maior apreensão de madeira ilegal da história” e que foi transferido para Volta Redonda (RJ).
Em tom irônico, o post afirma que ele seria “um bolsonarista e tanto!”.