Ex-funcionário de Damares pediu “intervenção militar com Bolsonaro no poder”

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Foto: Reprodução/ Internet

Apontado como autor do foguetório contra o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), o engenheiro eletricista e ex-funcionário terceirizado do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, Renan da Silva Sena, foi identificado pela Polícia Federal como intermediário da locação do carro de som usado na manifestação que defendeu a volta da ditadura militar, intervenção das Forças Armadas e atacou instituições democráticas no Dia do Exército do ano passado em Brasília. Na ocasião, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a discursar a apoiadores em cima do caminhão.

A PF chegou a Renan Sena no chamado inquérito dos atos antidemocráticos. Os investigadores localizaram a empresa contratada para prestar o serviço e descobriram que ele foi o responsável pelas negociações. O pagamento, segundo o proprietário do veículo, foi feito em espécie.

A investigação aponta que Sena também teria sido responsável por encomendar faixas com os seguintes dizeres: “Todo poder emana do povo”, “Bolsonaro comandante supremo das FFAA”, “#FechadosComBolsonaro”, “Intervenção militar com Bolsonaro no poder”, “Supremo é o povo”, “Povo armado jamais será escravizado”. Mensagens obtidas pela Polícia Federal mostram que um pastor teria sugerido a confecção dos cartazes e se comprometido a ajudar no custeio.

O engenheiro tem histórico polêmico. Em maio do ano passado, foi flagrado agredindo uma enfermeira que participava de um ato pacífico a favor do isolamento social na pandemia. Também é processado pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que foi alvo de xingamentos depois de mandar desmontar o acampamento do ‘300 do Brasil’, grupo bolsonarista que protestava seguidas vezes contra os demais poderes em Brasília. Além disso, foi responsável pela colocação de faixas com ofensas e xingamentos contra o presidente da China, Xi Jinping. Os cartazes posicionados na frente da Embaixada Chinesa em Brasília traziam fotos do presidente Xi Jinping e xingamentos em inglês e português, com a hashtag “China Lied People Died (China mentiu pessoas morreram)”.

Sena não é o único que implica o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos nas investigações dos atos antidemocráticos. A contratação da extremista Sara Giromini, que ocupou cargo de coordenação na pasta, e da esposa do blogueiro Oswaldo Eustáquio, ex-servidora do Ministério, também chamou atenção da Polícia Federal. Como mostrou o Estadão, a suspeita é a de que o grupo tenha sido nomeado para ‘distribuir fundos’ a manifestações que estimulavam intervenção militar e fechamento dos Poderes.

COM A PALAVRA, O MINISTÉRIO DA MULHER, FAMÍLIA E DIREITOS HUMANOS

“A ex-servidora Sara Giromini e o ex-funcionário terceirizado Renan Sena, quando indiciados, não pertenciam mais ao quadro funcional do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). A ex-secretária Sandra Terena não pertence ao quadro de servidores desde setembro do ano passado. Todos os membros deste Ministério estão tranquilos para prestar qualquer informação que se fizer necessária para que os fatos sejam elucidados.”

COM A PALAVRA, RENAN SENA

A reportagem entrou em contato com o engenheiro, que preferiu não se manifestar.

Estadão