Força Nacional intervirá no Amazonas após ataques criminosos

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Foto: BRUNO KELLY / REUTERS

O Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou o envio da Força Nacional ao Amazonas após os ataques criminosos ocorridos no fim de semana na capital e em seis cidades no interior do estado, em represália a morte de um traficante.

A portaria publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira determina que a ação deve durar 30 dias, prazo que poderá ser prorrogado. O documento não informa o número de agentes que serão deslocados, apenas explica que o contingente obedecerá ao planejamento definido pela Diretoria da Força Nacional de Segurança Pública do Ministério.

A medida atende ao pedido do governador Wilson Lima, que solicitou o reforço na segurança na noite de domingo ao governo federal. Na noite de segunda-feira, o ministro Anderson Torres confirmou em uma rede social que a ação seria realizada.

“Atendendo a solicitação do governador do Amazonas, Wilson Lima, e visando ajudar no restabelecimento da paz e da ordem na capital do estado, acabo de autorizar o emprego da Força Nacional em Manaus”, escreveu.

Segundo o governo do estado, 31 pessoas foram presas e mais de 40 barreiras de segurança foram montadas no estado. De acordo com o secretário de Segurança Pública do Amazonas, coronel Louismar Bonates, entre os presos há duas lideranças que estariam planejando novos ataques.

A ação dos criminosos amedrontou moradores, que foram obrigados a mudar suas rotinas. A doméstica Alcinete Costa precisou faltar ao trabalho na segunda-feira por medo de deixar suas duas filhas, de 20 e 17 anos, e a neta de 2 anos, sozinhas na casa onde vivem no bairro Mutirão, Zona Norte de Manaus.

— A gente mora em uma área perigosa, todo cuidado é pouco aqui. São muitas ameaças em grupos para não sair de casa, não ficar ninguém na rua, senão eles vão dar tiro. Me sinto ameaçada, tenho minhas filhas. Não posso sair para trabalhar e saber que minhas filhas não estão seguras. É muito triste — lamenta. — Quem está na frente disso tem que tomar uma providência muito grande, a gente sofre com isso. Eu vi poucas viaturas aqui por perto, hoje, só de vez em quando. Quando as viaturas vêm, a situação melhora, a gente se sente seguro.

O medo também afetou Eduarda Galvão, moradora do Bairro da Paz, na região Centro-Oeste da capital amazonense. Segundo ela, os incêndios continuaram na manhã de segunda-feira. Na noite anterior, o susto foi com uma grande queima de fogos de artifício.

— Voltei do trabalho no domingo por volta das 19h30, os carros não queriam circular e as ruas estavam desertas. Senti medo e apreensão no caminho inteiro. Fico apreensiva pelos amigos e familiares que moram próximos aos bairros que são foco — destaca. — Estamos nos sentindo presos por não poder sair, reféns em nossas casas, porque há vídeos deles atirando indiscriminadamente pelas ruas. Colegas me relataram ontem que os bandidos pararam e questionaram para onde eles iriam, por que estavam na rua. Depois liberaram porque eram trabalhadores.

O Globo