Forum Econômico Mundial tem proposta para cidades sustentáveis

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Foto: Ronaldo Silva/Futura Press

Cerca de metade da população mundial – em torno de 55% dos habitantes do planeta, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) – vive em cidades. A tendência é que o padrão de habitação em centros urbanos cresça cada vez mais. Segundo a ONU, até 2050 a proporção deve aumentar para 70% da população.

Ao mesmo tempo, as cidades cobrem apenas 3% da superfície terrestre e as atividades realizadas nelas são responsáveis por mais de 70% de todas as emissões de gases de efeito estufa. Em um relatório divulgado em janeiro deste ano pelo Fórum Econômico Mundial, elaborado em conjunto com a Schneider Electric, empresa de transformação digital de gerenciamento e automação de energia, e o Grupo Enel, multinacional de energia, foi apresentada uma abordagem integrada para que as cidades se transformem e neutralizem as emissões de carbono.

Para o CEO da Schneider Electric, Jean-Pascal Tricoire, “reduzir as emissões das cidades do mundo requer ação urgente, e é uma ambição que precisará do alinhamento de todas as partes interessadas, tanto os atores públicos e privados, as empresas e os cidadãos”.

De acordo com o estudo, um dos primeiros passos é mudar a matriz energética. Segundo os dados apresentados, as cidades consomem cerca de 78% das fontes primárias de energia do planeta. Nos Estados Unidos, 67,5% da energia primária é desperdiçada. Com a queima de combustíveis fósseis, calor é gerado durante o processo e há demanda por consumo adicional de energia para a extração e o transporte dos combustíveis. Com a transição para energias renováveis como fonte primária, há menos desperdício ao longo do processo.

Para o CEO do Grupo Enel, Francesco Starace, “a eletricidade já provou ser a força vital das cidades, e isso acontecerá cada vez mais à medida que a eletrificação crescer em todo o mundo”.

Em relação ao Brasil, o relatório apontou que é possível atingir benefícios econômicos e ambientais até 2025 com mudanças nas cidades. Há um potencial de redução de 45 milhões de toneladas de CO2 em emissões até 2025 com um ganho de 7% na eficiência energética com equipamentos mais modernos, serviços públicos, mobilidade elétrica e geração distribuída.

A partir deste cenário, o Fórum Econômico Mundial estimou a possibilidade de abertura de 1 milhão de empregos até 2025 com o investimento em construções, modernização da rede de distribuição e a substituição de estruturas existentes por novos modelos mais eficientes, como a de iluminação.

Depois da implementação dessas mudanças nas cidades, a economia poderá ser de 3.4 bilhões de dólares em gastos evitados com a saúde das pessoas por causa da redução da poluição do ar até 2025.

Para que seja possível fazer a transição das cidades para um futuro de neutralização das emissões de carbono, o relatório recomendou que o foco seja no investimento em edifícios extremamente eficientes, na implementação de infraestrutura de energia inteligente e na eletrificação limpa em conjunto com os padrões necessários para o meio urbano, considerando as características físicas do ambiente.

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