Humanidade está se tornando menos fértil

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Foto: iStock/Getty Images

Pode não parecer, mas 15% dos casais tentam engravidar por pelo menos um ano e não conseguem. Por esse motivo sofrem com a infertilidade, um problema que está crescendo no mundo nas últimas décadas. Tanto a contagem quanto a qualidade de espermatozoides têm caído consideravelmente nos últimos anos; no caso das mulheres, elas sofrem com o declínio da qualidade do óvulo e mais abortos espontâneos.

Entre as circunstâncias envolvidas na dificuldade em engravidar, estão desde disfunções de ovulação, alterações nas trompas uterinas, no útero e endometriose, até baixa qualidade do óvulo e adiamento da maternidade.

Em relação à mulher, com a idade, há também uma queda do estoque de óvulos. Na verdade, cada uma nasce com todo o estoque de óvulos e esses óvulos vão sendo consumidos ao longo da vida reprodutiva. O que tem ocorrido nas últimas décadas é que esse consumo está mais intenso e as mulheres têm, então, menor tempo de vida reprodutiva.

Junta-se a isso o fato de que houve uma mudança social importante no setor profissional e agora muitas delas adiam a gestação, o que piora a qualidade dos óvulos, que contam com mais erros genéticos, dificultando a gestação e aumentando o risco de abortos espontâneos.

Pensando no casal, também sabemos que há um impacto da vida moderna e dos maus hábitos de vida nas causas da infertilidade. O tabagismo, o álcool, a má alimentação, o sedentarismo e a obesidade também dificultam a concepção de um filho.

Nesses últimos anos, as grandes mudanças que impactaram na infertilidade referem-se a uma maior exposição à poluição do ar. Por exemplo, homens e mulheres que trabalham ao ar livre em cidades grandes têm maior dificuldade em engravidar (agentes de trânsito, taxistas, motoristas de ônibus etc.).

O excesso de exposição a produtos químicos provenientes da poluição e de agrotóxicos pode induzir a diversos tipos de danos no DNA, levando então a mutações que inviabilizam o espermatozoide, contribuindo para a infertilidade masculina.

Com relação aos hábitos de vida, é o tabagismo e a dieta inadequada, independente do peso, que mais têm impactado a capacidade reprodutiva dos casais. O cigarro possui milhares de componentes tóxicos como nicotina, alcatrão, zinco, níquel, chumbo, ácido cético, fenol, ácido fórmico e substâncias radioativas as quais afetam a fertilidade. Dados da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) apontam que homens e mulheres fumantes têm três vezes mais chances de sofrerem de infertilidade quando comparados àqueles que não fumam.

No caso da dieta, estudo da Boston University School of Medicine realizado com mulheres americanas e canadenses entre 21 e 45 anos apontou que aquelas que consumiam ao menos um copo de refrigerante por dia tinham 25% menos chances de engravidar. No caso da obesidade, enquanto a feminina diminui em 60%, a masculina causa uma queda de até 50% na capacidade reprodutiva.

Outro hábito que pode estar interferindo na fertilidade é dormir mal de maneira contínua. O sono é fundamental para o bom funcionamento da hipófise, glândula presente no cérebro que é responsável pela produção de uma série de hormônios, inclusive daqueles responsáveis pela estimulação dos ovários e dos testículos. Logo, quando o período de repouso é curto ou de pouca qualidade, essa glândula não funciona da maneira como deveria, o que, consequentemente, interfere na fertilidade.

Um estilo de vida saudável, adotando uma alimentação balanceada, dormindo bem e praticando exercícios físicos com regularidade, é a melhor maneira de manter o bom funcionamento do organismo e assim melhorar a fertilidade e as chances de gravidez.

No entanto, se o casal perceber que está tendo problemas para engravidar, é importante que ambos consultem um médico especializado, já que apenas ele poderá realizar uma avaliação e identificar a real causa do problema, recomendando assim o tratamento adequado ou, quando a causa da infertilidade não pode ser revertida, métodos de reprodução assistida.

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