Jornal americano diz que EUA “exportam inflação”

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Foto: Reprodução

A sequência de manchetes do Wall Street Journal sobre a mudança do banco central americano, avisando que vai “aumentar juros mais cedo”, culminou com: “Economia dos EUA impulsiona inflação global”.

No texto, “a expansão nos EUA está levando a inflação para cima em todo o mundo e empurrando o dólar, forçando BCs estrangeiros a elevar juros” desde já, listando Brasil e outros.

“A dor é sentida de forma desigual”, diz o WSJ. “O dólar mais forte prejudica emergentes com dívida em dólar, ao mesmo tempo em que ajuda os maiores exportadores na Ásia, cujos produtos ficam mais competitivos diante das exportações americanas.”

Mas o governo chinês está apreensivo. Um jornal estatal publicou que o yuan começaria a cair e, em seguida, um órgão do BC alertou as corporações do país a se prepararem para a “volatilidade” com a moeda chinesa, como destacou a Bloomberg.

O país já vinha atuando para “esfriar a especulação com commodities” e, na manchete da publicação financeira Caixin e de outros, o governo liberou reservas de metais para baixar os preços.

E a volatilidade avança pelos preços da carne suína na direção contrária, com queda acentuada, mas também já com previsão de compra estatal para estabilizar, segundo a Caixin.

O ex-presidente americano voltou ao horário nobre da Fox News para longa entrevista em que atacou Joe Biden por dar palco para Vladimir Putin e por aceitar o gasoduto Nord Stream 2, ligando Rússia e Alemanha. “E nós não ganhamos nada em troca.”

Também atirou contra a própria Alemanha, por “nos ferrar em comércio”, e a China, voltando à teoria do laboratório de Wuhan como origem do coronavírus, que defendeu desde o princípio. Mas pouco ecoou, fora da Fox News.

O South China Morning Post, de Hong Kong, cujo dono é Jack Ma, do Alibaba, tomou a frente na defesa do Pingguo Ribao ou Apple Daily, tabloide também de Hong Kong, que foi invadido por policiais e teve editor e executivos detidos.

Sufocado financeiramente, o jornal de “espírito livre” corre risco de não sobreviver. Mas o SCMP destaca, de um conselheiro do governo local, que “não há base para que seja declarado ilegal” e, do diretor de uma faculdade de jornalismo, que “ele desempenha um papel importante no ambiente de mídia da cidade”.

Com a revelação no ano passado de que o Pingguo Ribao e seu proprietário, Jimmy Lai, apoiador de Trump, financiaram e ajudaram a montar um dossiê sobre os negócios de um dos filhos de Biden na China, diminuiu a atenção ocidental com o tabloide.

Time e outros nos EUA ironizaram texto da agência russa Ria Novosti (imagem acima), sobre o significado das “cores das gravatas de Biden e Putin”, com especialista apontando “infantilidade” no americano e “determinação” no russo.

Por outro lado, jornalistas russos como Elena Chernenko, do Kommersant, cobraram o fato de Biden ter aceito sete perguntas de americanos e europeus e nenhuma da imprensa russa, em sua coletiva no final da cúpula.

Folha de S. Paulo