Miriam Leitão elogia e defende protestos de esquerda

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Foto: Reprodução/ O Globo

A manifestação 19J foi maior do que a 29M e coincidiu com a terrível marca dos 500 mil. Os organizadores terão nas próximas etapas que enfrentar vários desafios e alguns pontos que fortalecem o movimento.

A situação da economia, medida pelo pesquisador Daniel Duque, tem essa elevação do desconforto. Inflação e desemprego sempre alimentaram sentimentos de contestação aos governos. E a inflação deve continuar alta, o desemprego tem queda sazonal no segundo semestre mas permanecerá bem alto.

Mas o pior ponto de afastamento do governo não é econômico, mas sim a devastação produzida pelo coronavírus. Há governos no mundo que mesmo durante a pandemia tiveram aumento de popularidade. Mas o governo Bolsonaro cometeu e comete tantos erros – e por que não dizer crimes contra a saúde da população – que tem produzido um enfraquecimento do governo. O presidente tenta manter sua base mobilizada, com atos com motocicletas, que fazem barulho, ocupam espaço, mas na verdade têm menos participantes do que parece.

A CPI tem produzido um volume impressionante de dados, provas, fatos novos para mostrar que a pandemia se agravou por má gestão e escolhas temerárias feitas pelo governo Bolsonaro.

Os maiores desafios do movimento são a superação dos conflitos partidários, e divisões ideológicas. Se ele conseguir ser uma frente contra o governo, unindo grupos que pensam diferente mas que têm o mesmo repúdio ao governo Bolsonaro, ele manterá a sua força. Nos protestos de sábado apareceram até pessoas que votaram em Bolsonaro e se decepcionaram.

O Globo