Mourão chama escândalo das vacinas de “barulho por nada”

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Foto: Bruno Batista/Vice-Presidência

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta quinta-feira que as suspeitas envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin são “muito barulho por nada”. A aquisição do imunizante é investigada pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela CPI do Senado.

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Mourão disse que não acompanhou o pronunciamento do ministro da Secretaria-Geral, Onyx Lorenzoni, para rebater as acusações contra o governo e disse que só tem acompanhado o assunto pela imprensa:

— Não acompanhei as palavras do ministro (Onyx). Esse é um assunto que eu desconheço. Eu só estou ciente daquilo que está sendo publicado pela imprensa. Então eu não tenho nenhuma opinião a emitir a esse respeito. Na minha visão, olhando por alto os dados que estão sendo publicados, está tendo muito barulho por nada, no final das contas. Mas é turbulência isso aí — disse o vice-presidente, ao chegar no Palácio do Planalto no início da tarde.

O MPF identificou indícios de crime na compra feita pelo Ministério da Saúde de 20 milhões de doses da Covaxin e vai investigar o caso também na esfera criminal — até então, ele vinha sendo apurado em um inquérito na área cível. A dose da vacina negociada pelo governo é a mais cara entre todas as que foram contratadas pelo Ministério da Saúde, e o processo de aquisição do imunizante foi o mais célere de todos.

Além disso, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, que se recusou a assinar um recibo que previa um pagamento antecipado pela importação da vacina, disse em entrevista ao GLOBO ter se encontrado pessoalmente com o presidente Jair Bolsonaro em 20 de março para denunciar as suspeitas sobre a importação do imunizante.

Mourão disse que não sabe os motivos da saída de Ricardo Salles, com quem teve atritos, do Ministério do Ambiente. O vice-presidente relatou conhecer o novo ministro, Joaquim Álvaro Pereira Leite, do Conselho da Amazônia e adiantou que os dois devem se reunir na sexta-feira.

— O Salles pediu demissão, né? Então, eu não sei quais foram os motivos que o levaram a pedir demissão. Então, cumpriu sua tarefa aí. O Joaquim tem trabalhado com a gente aí, ao longo desse período que eu estou no Conselho Nacional da Amazônia, ele é o secretário ali da Amazônia. A gente tem um bom relacionamento. Espero cooperação da parte dele.

No mês passado, Mourão reclamou da ausência de Salles em uma reunião do Conselho da Amazônia. Agora, disse que o ex-ministro “cooperou muito em determinados momentos” e que em outros passava por problemas de “ordem pessoal”, em referência às investigações a que ele responde.

— O Salles cooperou muito em determinados momentos. Em outros, ele estava com alguns problemas aí da ordem pessoal dele, que deve ter afetado. Não estou calçando o sapato dele, não sei o que que estava afetando. E o Joaquim eu tenho uma boa impressão dele.

O Globo