Movimento fascista toma redes com bordão bolsonarista para assassinatos

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Foto: Reprodução

“CPF cancelado”, a expressão divulgada pelo presidente Jair Bolsonaro numa foto tirada em abril durante visita a Manaus (AM), tomou conta das redes sociais de direita tão logo foi divulgada a morte de Lázaro Barbosa, o “serial killer do DF”.

A reação imediata reavivou o discurso sobre combate à criminalidade entre os bolsonaristas, que estava um pouco em baixa em meio à enormidade das mortes da pandemia.

E serviu ainda para dar nova energia a uma direita que não perdeu a oportunidade de ir para cima dos defensores dos direitos humanos, sempre identificados mais com o campo progressista.

O próprio presidente comemorou o desfecho da ação. Além de mencionar a expressão, parabenizou a polícia goiana e disse que Lázaro é “menos um para amedrontar as famílias de bem”. Como era mais do que esperado, não fez nenhum reparo sobre a ação que resultou na morte.

 

“Canceladíssimo”, escreveu Bernardo Kuster, editor do jornal Brasil Sem Medo, ligado ao filósofo Olavo de Carvalho.

 

A mesma expressão foi usada por Paulo Lisboa, um dos mais atuantes youtubers que apoiam Bolsonaro.

 

“CPF cancelado” é uma gíria usada pela polícia quando mata um suspeito. Também costuma ser frequentemente empregada por milicianos, o que só fez aumentarem as críticas a Bolsonaro por tê-la usado, após participar do programa do apresentador Sikêra Júnior, da Rede TV!, um de seus maiores apoiadores.

Os filhos do presidente engrossaram o coro. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) aproveitou o caso para tentar dar impulso a mudanças na legislação que endureçam as punições a criminosos. Entre as principais, estão alterações nas audiências de custódia, vistas pela direita meramente como oportunidades para “soltar bandidos”.

Seu irmão, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), disse que “a imprensa e outros setores ja transformaram o cara num anjo. Acho que já vi esse filme antes!”.

Outros influenciadores conservadores seguiram o sinal dado por Carlos e passaram a ironizar uma suposta tentativa da esquerda de minimizar os crimes cometidos por Lázaro.

“Agora só restou a canonização, beatificação e santificação…”, disse um. “Na Fátima Bernardes, programa sobre a infância difícil desse oprimido da sociedade”, emendou outra.

Os elogios à ação policial tiveram o condão de unir o campo destro, inclusive a parcela que hoje faz oposição a Bolsonaro. Foi o caso do MBL (Movimento Brasil Livre), apesar de ter usado linguagem mais sóbria e sem o triunfalismo dos bolsonaristas.

 

Um dos expoentes do grupo, o deputado estadual Arthur do Val (Patriota), também defendeu que a morte de Lázaro seja uma oportunidade para mudanças na lei.

 

Nos últimos anos, a queda no número de homicídios diminuiu um pouco o impacto eleitoral do tema da segurança pública. Na eleição do ano que vem, isso deverá ser ainda mais diluído pela Covid e pela situação econômica, a dobradinha que certamente dominará a campanha.

Mas o caso Lázaro mostra que o tema ainda tem potencial para animar e até unificar a direita, e que seguirá sendo uma arma eleitoral importante contra candidatos de esquerda e centro.

Folha  

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