Polícia rodoviária fecha estrada para apoiadores de Bolsonaro

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Foto: Werther Santana/Estadão

Milhares de motociclistas fazem manifestação em apoio ao presidente Jair Bolsonaro na manhã deste sábado, 12, em São Paulo. O ato segue pela Marginal do Tietê, que tem bloqueios, até a Rodovia dos Bandeirantes, onde o grupo deve continuar até o trevo do km 62, na altura de Jundiaí, e retornar. Depois, seguirá para o Ibirapuera. Bolsonaro, que lidera a motociata, chegou à concentração na zona norte e circulou sem máscara, provocando aglomerações entre os apoioadores, muitos também sem o equipamento de segurança em meio à pandemia de coronavírus.

A Rodovia dos Bandeirantes tem tráfego interditado para veículos entre os km 14 ao 61, em ambos os sentidos. Os acessos das Rodovias Anhanguera e Dom Gabriel para a Rodovia dos Bandeirantes na região estão interditados. É recomendado usar a Rodovia Anhanguera como alternativa. A SPTrans informou que duas linhas de ônibus estão sendo desviadas na região do Anhembi: 106A-10 Metrô Santana – Itaim-Bibi e 9717-10 Jd. Almanara – Metrô Santana.

Durante o passeio de moto, Bolsonaro utiliza um capacete do tipo coquinho, que não protege o maxilar nem possui viseira. O uso desse equipamento é proibido pela Resolução 453/2013 do Conselho Nacional de Trânsito. É considerado uma infração grave, sujeita a multa. Ao sair para a motociata, Bolsonaro agradeceu o convite dos manifestantes e disse “acelera para Cristo”.

 

O número de manifestantes não foi confirmado pela PM, mas eles lotavam toda a pista sentido Praça Campo de Bagatelle da Olavo Fontoura. Para entrar no “pelotão”, cada motociclista tinha antes de passar por um posto de revista montado pela segurança presidencial, onde são revistados. A estrutura pública usada para o ato político em favor do presidente inclui ainda gradis em toda extensão da Olavo Fontoura para proteger os manifestantes.

A Polícia Militar teve de disponibilizar mais de 6 mil PMs para mitigar os impactos no trânsito do ato, uma vez que havia preocupação de a manifestação prejudicar o comércio neste 12 de junho, Dia dos Namorados, quarta data mais importante para o setor no ano.

Enquanto aguardam o início da manifestação, os motoqueiros já revistados se mantinham sem máscaras, aglomerados. Alguns triciclos adaptados tocavam músicas em favor do presidente e jingles da campanha presidencial de 2018. Havia ainda a distribuição de panfletos em defesa das escolas cívico-militares e, em especial, do “voto impresso auditável” por motociclistas no entorno do ato, como na Avenida Braz Leme e na Rua Brazelisa Alves de Carvalho. Muitos ambulantes vendiam camisetas e faixas em favor do presidente e bandeiras do Brasil de diversos tamanhos.

A manifestação foi organizada por integrantes de clubes de tiro e de motociclismo do interior de São Paulo e de Estados vizinhos. O ato foi divulgado também por parlamentares da base aliada ao presidente e grupos que, em São Paulo, vinham organizando protestos contra o governador João Doria (PSDB).

A Polícia Militar paulista, que manteve conversas com o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) ao longo da semana, vai reforçar a vigília de pontes e viadutos por onde a motociata deve passar, para evitar que objetos sejam arremessados nos manifestantes. No fim do ato, no Ibirapuera, dois drones devem ser usados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para acompanhar o ato. Ao menos um carro de som deve ir ao local. Segundo informações da Secretaria Estadual da Segurança Pública, cerca de 6,7 mil policiais devem trabalhar no acompanhamento da manifestação.

Além do aparato formal, ostensivo, montado com pessoal do Comando Militar do Sudeste, das polícias federal, militar e civil, Bolsonaro terá ainda um reforçado esquema de segurança próxima. O GSI contará com cerca de 40 agentes usando motos, infiltrados entre os motociclistas manifestantes. Isso, sem contar os batedores e os agentes do grupo regular da Presidência.

No último dia 28, Bolsonaro participou de ato similar, com grande público, no Rio, onde foi recebido pelo governador Cláudio Castro (PL) e dividiu palanque com o general e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello – o episódio causou desgaste ao Exército, que decidiu não punir o general da ativa pela participação de ato político.

Estadão