Serial killer prova: pessoas armadas não são páreo para bandidos

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A frase de Jair Bolsonaro sobre a posse de armas de fogo em casa como forma de proteção do cidadão e da família se choca frontalmente com o que aconteceu no caso do “serial killer do DF”, como tem sido chamado Lázaro de Sousa.

Especialistas ouvidos pelo Painel apontam que o roubo de armas em imóveis invadidos pelo foragido e o uso contra a polícia mostram como as pessoas comuns armadas, mas sem treinamento, não ficam seguras e ainda servem de fornecedores para o criminoso.

“Agora, se estiver sofrendo uma invasão, até pegar o telefone e ligar, muitas vezes a polícia leva horas. Uma arma é sua defesa, ou será que você não se garante? Arma protege a sua vida, sua família”, afirmou Bolsonaro na quinta-feira (17).

No sábado (12), Lázaro invadiu uma chácara em Cocalzinho (GO), atirou em três pessoas e roubou duas armas e munições. Dias depois, na terça (15), baleou um policial durante confronto. Ele esta há dez dias foragido.

Para Isabel Figueiredo, do Fórum de Segurança Pública, as próprias forças de segurança orientam que as pessoas não reajam quando abordadas por criminosos. “É exatamente o inverso do que o presidente disse. Se o policial, mesmo treinado, tomou tiro dele, não é o cidadão que conseguirá se defender”, afirma.

Melina Risso, do Instituto Igarapé, diz que os dados mostram que as armas resultam em mais violência. “Ele (Lázaro) está entrando nas casas e roubando as armas. Elas não servem para a defesa do cidadão, é uma falácia e o presidente continua a insistir nisso”, diz ela.

Folha de SP